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Febraban busca união interna ao atacar fintechs

Federação enfrentou brigas devido à carta por harmonia entre os poderes e agora aposta em pauta comum

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A engrossada que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deu com o Nubank e a Zetta não veio por acaso. A federação que representa os grandes bancos entendeu que precisava encontrar uma pauta comum aos seus integrantes para superar as rixas do início deste mês, quando o apoio a uma carta pedindo harmonia entre os poderes opôs vários de seus filiados. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal ameaçaram sair da entidade por pressão do governo federal, mas recuaram da decisão.

A insatisfação dos bancos tradicionais com as instituições de pagamento cresceu do ano passado para cá. Os bancos reclamam por pagar mais impostos, como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e houve uma chiadeira no setor quando a medida provisória que determinou o aumento da taxação até dezembro os manteve em um patamar acima do que é cobrado das fintechs.

O mau humor dos bancos com a discrepância nos encargos subiu de nível em junho, após a empresa Berkishire Hathaway, do bilionário Warren Buffet, aportar US$ 500 milhões no Nubank. E piorou dois meses depois, com a reportagem escrita pela jornalista Maria Luíza Filgueiras sobre a expectativa do Nubank em obter uma valuation de US$ 75 bilhões a US$ 100 bilhões no IPO. Se confirmado, a fintech se tornará uma instituição muito mais valiosa do que Itaú, Bradesco e Santander.

Pesou, por fim, o crescimento apresentado pelas fintechs com a digitalização dos comércios durante a pandemia. Por serem menos burocráticas do que os bancos tradicionais, as instituições de pagamentos têm se mostrado mais ágeis para capturar clientes ao longo da crise sanitária.

Todas essas pontas resultaram na disputa pública desta semana. Executivos de renome dos principais bancos do país curtiram a crítica feita pela Febraban no LinkedIn, enquanto o CEO do Nubank, David Vélez, postou um ditado para se referir ao entrevero. “Primeiro eles te ignoram. Depois, eles riem de você. Depois, eles lutam contra você e, então, você vence”, escreveu.

Novos desdobramentos estão por vir. Isaac Sidney, presidente da Febraban, tem dito a interlocutores que a guerra está só começando e que irá para cima das fintechs.

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