“Fator Moraes”: o esforço em volta de Nunes para atenuar bolsonarismo
Entorno de Nunes tem tentado demarcar distância entre o prefeito paulistano e Bolsonaro, que tem rejeição em São Paulo
atualizado
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Enquanto Ricardo Nunes se prepara para subir no trio elétrico de Jair Bolsonaro na manifestação chamada para rebater as investigações sobre o golpismo em seu governo, no domingo (25/2), segue em curso no entorno do prefeito de São Paulo a operação para tentar atenuar o peso do bolsonarismo no palanque do emedebista.
Bolsonaro ostenta rejeição entre o eleitorado paulistano, motivo de preocupação à campanha de Nunes e flanco a ser explorado por seus adversários, sobretudo Guilherme Boulos.
Os esforços de aliados do prefeito, com boa dose de contorcionismo político, incluem ponderações de que é Bolsonaro quem apoia Nunes – e não o contrário – e o discurso de que o emedebista lidera uma frente ampla – na qual, entre tantos, está o ex-presidente.
Na estratégia para demarcar alguma distância entre Ricardo Nunes e Bolsonaro, até o ex-presidente Michel Temer tem sido citado como “antídoto” ao bolsonarismo.
E não só pelos predicados de “pacificador”, “moderado” e “democrata” atribuídos a Temer por gente próxima a Nunes.
Nas palavras de um aliado do prefeito, que defende um Temer cada vez mais presente, basta olhar para o ex-presidente para lembrar quem alçou o ministro Alexandre de Moraes, grande carrasco e inimigo número um bolsonarismo, ao Supremo Tribunal Federal.
Então ministro da Justiça do governo Michel Temer, Moraes foi indicado pelo emedebista ao STF em fevereiro de 2017, para assumir a cadeira deixada pela morte do ex-ministro Teori Zavascki em um acidente aéreo.