Faraó dos Bitcoins atribuía prisão à Igreja Universal, diz livro
Livro “Queda livre” detalha como pastores e fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus alavancaram empresa do Faraó dos Bitcoins
atualizado
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O empresário Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como Faraó dos Bitcoins, acreditava que a Igreja Universal do Reino de Deus estava por trás de sua prisão, em 2021. A informação está no livro “Queda livre”, dos jornalistas Chico Otavio e Isabela Palmeira, que será lançado no Rio de Janeiro na próxima terça-feira (30/4).
“A fórmula que consolidou a GAS: uma forte pregação nos templos, reforçada pela conversão de pastores locais em consultores”, afirma o livro, que detalha como pastores e fiéis da Universal ajudaram o suposto esquema criminoso a prosperar.
Glaidson começou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus em Cabo Frio (RJ) em 2000, aos 17 anos. Três anos depois, foi trabalhar para a entidade na Venezuela. Começou a desenvolver seu negócio de bitcoins em 2015, de volta ao Rio de Janeiro.
A ligação direta com a igreja foi citada também pelo Ministério Público do Rio de Janeiro ao denunciar a GAS como organização criminosa, por crimes contra o sistema financeiro nacional. A maior parte dos 127 mil clientes enganados pela companhia era de fiéis da Universal.
“Quando os gestores da massa falida da GAS divulgaram a lista de clientes lesados, apareceram os nomes de dois bispos do alto-comando da Universal. Entre as vítimas, havia ainda pastores, parentes de bispos e funcionários da TV Record, também pertencente a Edir Macedo [fundador da igreja]”, escreveram Otavio e Palmeira. A Universal não respondeu aos questionamentos feitos pelos autores do livro.
“Queda Livre — a história de Glaidson e Mirelis, faraós dos bitcoins” foi editado pela Intrínseca, por meio do selo “História Real”. A obra será lançada na terça-feira (30/4) no Rio de Janeiro, na Livraria da Travessa de Botafogo, às 19h.