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Exigência de delegado sobre morte de Marielle incomodou Ronnie Lessa

Assassino confesso de Marielle, Lessa disse que delegado Rivaldo Barbosa exigiu que ela não fosse morta em trajeto envolvendo a Câmara

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Divulgação; Fernando Frazão/Agência Brasil
O ex-PM Ronnie Lessa e o delegado Rivaldo Barbosa
1 de 1 O ex-PM Ronnie Lessa e o delegado Rivaldo Barbosa - Foto: Divulgação; Fernando Frazão/Agência Brasil

Assassino confesso da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018, o ex-PM Ronnie Lessa disse em sua delação premiada que o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, fez uma exigência a respeito do ataque a Marielle: que o crime não fosse relacionado à Câmara Municipal do Rio, ou seja, não fosse executado nos trajetos da vereadora indo ou voltando à Casa.

A ordem de Barbosa contrariou Lessa, tanto que, segundo a delação, o pistoleiro pediu uma reunião com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão para relatar dificuldades e tentar demovê-los da exigência do delegado. Lessa, no entanto, não teve sucesso e ouviu dos supostos mandantes do crime que a ordem de Rivaldo Barbosa teria de ser cumprida. Caso contrário, a emboscada poderia até ser abortada.

No relatório apresentado ao ministro Alexandre de Moraes, que ordenou as prisões dos irmãos Brazão e de Barbosa, a PF cita o relato de Ronnie Lessa sobre a exigência para que Marielle “não fosse executada em trajeto de deslocamento de ou para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pois tal fato destacaria a conotação política do homicídio, levando pressão às forças policiais para uma resposta eficiente”.

O delegado é apontado pelas investigações como um dos responsáveis por planejar “meticulosamente” o assassinato da vereadora e se encarregar de blindar os assassinos e mandantes das investigações.

Segundo Ronnie Lessa, diante da insistência dos mandantes do crime para que a exigência de Rivaldo Barbosa fosse cumprida à risca, seguiu com o monitoramento de Marielle Franco.

No dia do assassinato, 14 de março de 2018, ele afirmou que, por volta do meio-dia, recebeu uma ligação de Edmilson Macalé, apontado como miliciano próximo a Chiquinho Brazão e responsável por arregimentar Lessa para o assassinato.

Conforme a delação do ex-PM, Macalé lhe disse, na ocasião, que havia recebido uma ligação de um celular vinculado a Laerte Silva de Lima, infiltrado pelos criminosos no PSol para monitorar Marielle.

Ao atender a ligação, no entanto, Macalé teria se surpreendido ao perceber que quem falava com ele era Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como Major Ronald. Ele passou a Macalé a informação de que, naquela noite, Marielle Franco iria a um evento na Casa das Pretas, na Lapa.

Lessa, então, contou ter sido informado por Macalé e se articulado com Élcio Vieira de Queiroz para ir ao local. Queiroz dirigia o carro Cobalt cinza clonado de dentro do qual Lessa metralhou Marielle e Anderson, que haviam saído do evento a bordo de outro veículo.

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