Exército se cala sobre acusação de censura em São Paulo
Oficial do Exército removeu cartaz de protesto contra Bolsonaro que estava colado no carro de jornalista
atualizado
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O Exército se calou sobre a censura que um oficial da Força impôs na quinta-feira (8/07) a uma jornalista que colou um cartaz de protesto contra Jair Bolsonaro no posto de vacinação do Memorial da América Latina, em São Paulo.
Segundo relato da jornalista Roberta Rodrigues, na manhã daquele dia, o oficial, identificado como S2 Ribeiro, removeu um cartaz colado no carro dela. Dizia o cartaz:
“Essas mortes poderiam ter sido evitadas. Não foram e só tem um culpado: Jair Bolsonaro”.
O militar se aproximou do veículo e pediu que a jornalista retirasse a manifestação alegando que era uma ordem do Comando do Exército e que naquele local era proibido falar do presidente Bolsonaro. Receosa, ela acatou a ordem do oficial, que removeu o cartaz.
À coluna, Rodrigues disse que ficou com medo de argumentar com S2 Ribeiro e receber uma ordem de prisão. “Depois, eu percebi a gravidade da situação. Uma autoridade militar mandou eu tirar do meu carro uma manifestação pacífica contra o presidente”, disse a jornalista, que relatou o caso no Twitter.
O Memorial da América Latina respondeu à postagem de Rodrigues dizendo que a instituição não compactua com nenhuma forma de censura e o caso relatado os surpreende e entristece.
A coluna procurou, nesta sexta-feira (9/07), o Ministério da Defesa e o Comando do Exército para se manifestarem sobre o assunto, mas não recebeu resposta até agora. Foi informado apenas que, sabe-se lá por quê, às sextas-feiras o expediente da assessoria de imprensa do Exército acaba ao meio-dia. O espaço ainda está aberto à manifestações.