Exército condecora ex-assessor de Heleno no GSI que monitorou COP
O coronel reformado Adriano de Souza Azevedo, ex-assessor de Heleno, recebeu do general Tomás Paiva a Medalha do Pacificador com Palma
atualizado
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Um dos assessores mais próximos ao general Augusto Heleno nos tempos em que ele foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) acaba de ser condecorado pelo Exército com a mais alta honraria da Força a civis e militares: a Medalha do Pacificador com Palma.
A medalha ao coronel da reserva Adriano de Souza Azevedo foi concedida pelo comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, por sua atuação em missão humanitária no Haiti após o terremoto que atingiu o país, em 2010.
A portaria com a condecoração, datada de 29 de janeiro, foi publicada no Diário Oficial da União da quarta-feira (7/2). O militar está na reserva desde dezembro de 2018.
A Medalha do Pacificador com Palma é destinada a militares e civis “que, em tempo de paz, no exercício de suas funções ou no cumprimento de missões de caráter militar, tenham se distinguido por atos pessoais de abnegação, coragem e bravura, com risco de vida”.
O decreto presidencial que trata da medalha prevê que, para a concessão da condecoração pelo comandante do Exército, os atos de “abnegação, coragem e bravura, com risco de vida” devem ser “claramente comprovados” por meio de sindicância ou inquérito policial militar.
Assessor de Planejamento e Assuntos Estratégicos da Secretaria-Executiva do GSI de Augusto Heleno, nomeado ao cargo nos primeiros dias do governo Bolsonaro, Azevedo deixou o cargo em janeiro de 2023. A exoneração dele do posto pelo ministro da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa, foi publicada em 11 de janeiro, três dias após os ataques golpistas em Brasília.
O repórter Felipe Frazão noticiou em 2020 que, enquanto assessor do GSI, o coronel Azevedo fez parte da delegação enviada pela pasta à COP25, Conferência do Clima das Nações Unidas, em Madri, em dezembro de 2019. Segundo a reportagem, uma equipe de quatro agentes secretos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), à época sob o GSI, monitorou brasileiros que participaram do evento na Espanha.
Heleno admitiu a atuação da Abin no evento e disse que “maus brasileiros” foram monitorados pelo órgão de inteligência no país europeu.
Procurado pela coluna, o Exército informou que a condecoração é um “reconhecimento específico” da atuação de Adriano de Souza Azevedo no Haiti.
“O militar já havia sido agraciado com a Medalha de Distinção de 1ª Classe, no ano de 2015, nos termos da Portaria nº 752 de 4 de maio de 2010, do Ministério da Justiça. Contudo, não havia recebido, até o presente, condecoração no âmbito do Exército, em decorrência de sua atuação meritória durante o terremoto no Haiti”, disse a Força.