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Exclusivo. Empresários enviaram mensagens assinadas por Bolsonaro com ataques ao STF e fake news

Empresários compartilharam mensagens com assinaturas de Jair Bolsonaro, além daquelas apontadas em relatório da Polícia Federal

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Presidente Jair Bolsonaro conversa ao celular no planalto
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro conversa ao celular no planalto - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Mensagens inéditas obtidas pela coluna mostram que empresários investigados pela Polícia Federal (PF) por difundir conteúdos antidemocráticos e notícias falsas compartilharam, no grupo Empresários & Política, mensagens com ataques ao ministro Alexandre de Moraes e ao sistema democrático, com a assinatura de Jair Bolsonaro. Os textos foram encaminhados pelos empresários Meyer Nigri e Luciano Hang, investigados pela PF, e Nelson Piquet e Emilio Dalçoquio, que não são alvo de inquéritos.

Mensagens de Nigri insinuam, sem provas, que haveria fraudes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no pleito de 2022. Segundo o inquérito da PF, o empresário atendeu a um pedido de Bolsonaro ao compartilhar um texto com ataques ao ministro Luís Roberto Barroso, como mostrou a repórter Daniela Lima. “Repasse ao máximo”, solicitou o então presidente. Não era só Nigri que tinha esse hábito.

Diversos empresários no grupo encaminhavam mensagens que terminavam com a assinatura “Presidente Jair Bolsonaro“. Não é possível verificar a origem das mensagens, mas elas eram atribuídas a Bolsonaro, e algumas delas, de fato, foram compartilhadas pelo presidente na época.

No dia 17 de maio, às 22h02, Meyer Nigri enviou um texto assinado por Bolsonaro e que tratava de uma ação que o então presidente havia ajuizado contra Alexandre de Moraes por suposto abuso de autoridade. “Levando-se em conta seus sucessivos ataques à democracia, desrespeito à Constituição e desprezo por direitos [e] garantias fundamentais”, dizia a nota, que foi divulgada na época pelo então presidente. O empresário Emilio Dalçoquio, presidente do conservador Instituto Lux e apontado pela Polícia Rodoviária Federal como líder de bloqueios ilegais de rodovias após a eleição, também encaminhou esta mensagem ao grupo, com a mesma assinatura.

Em junho, Bolsonaro enviou, em sua lista de transmissão, um vídeo dizendo “Você está pronto para a guerra? Em poucos minutos, entenda o perigo em que se encontra o nosso Brasil. Peço assistir e repassar”. A mensagem foi encaminhada no grupo de empresários por Nigri; Luciano Hang, dono das lojas Havan; e o ex-piloto Nelson Piquet, dono da Autotrac, que trabalha com dados de comunicação. O vídeo é um discurso de Bolsonaro, em cerimônia pública, falando sobre a tentativa de desarmar a população.

No dia 11 de junho, às 11h33, Nigri enviou um arquivo de mídia ao grupo. Um empresário perguntou sobre quem se tratava a postagem, e Nigri retornou: “Não sei. Recebi do PR [presidente da República]. Perguntei quem é, mas ainda não respondeu”.

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Às 9h11 do dia 26 de junho, Nigri envia aos empresários o texto que havia recebido de Bolsonaro, segundo a apuração da PF. Na mensagem, o então presidente acusava Barroso de interferir na eleição e afirmava que “todo esse desserviço à democracia dos 3 ministros do TSE/STF faz somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições”.

Como mostrou a coluna nesta terça-feira (22/8), Nigri tinha o costume de compartilhar textos que atacavam a atuação dos ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral e que questionavam, sem provas, a lisura do processo eleitoral.

Procurados, Nigri, Hang, Piquet e Dalçoquio não responderam. O espaço está aberto a eventuais manifestações.

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metropoles.comGuilherme Amado

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