Exceção do rancor dos Bolsonaro, ex-Coaf ganha nova VP na Caixa
O ex-presidente do Coaf sairá da vice-presidência de Estratégia para assumir a vice-presidência de Logística
atualizado
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O presidente do Coaf na época da apuração do caso das rachadinhas (peculato) no gabinete de Flávio Bolsonaro, Antônio Carlos Ferreira de Sousa, vai ganhar um novo cargo na Caixa Econômica Federal. Ele vai assumir a vice-presidência de Logística, deixando o posto de vice-presidente de Estratégia.
A mudança deve ser oficializada em breve e significa uma perda de atribuições. Antes, ele cuidava do relacionamento com parlamentares, governo, imprensa, além da estratégia organizacional e de pessoal. Agora, ficará só com a logística do banco. Por outro lado, a nova área tem um dos maiores orçamentos da estatal e é responsável por todas as compras e licitações.
Ferreira de Sousa é um caso raro de falta de rancor do clã Bolsonaro. Ele era diretor de Inteligência e presidente substituto do Coaf na época em que o órgão produziu os relatórios que embasaram a investigação contra o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro não costuma perdoar esse tipo de atitude. No começo de seu governo, em março de 2019, exonerou o fiscal do Ibama que o tinha multado por pesca ilegal em 2012.
No episódio mais recente de retaliação por parte do governo, a chefe da Diretoria de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça (DRCI), a delegada Silvia Amélia, foi exonerada por encaminhar o pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.
Ferreira de Sousa não só não foi punido como chega agora a sua segunda vice-presidência na Caixa, comandada pelo leal bolsonarista Pedro Guimarães.
Antônio Carlos Ferreira de Sousa é empregado de carreira da Caixa, onde entrou em 1989. Ele cresceu dentro da empresa, atuando em diversos cargos de gerência e diretoria. Em 2003 chegou ao Coaf, onde ficou até 2018.