Ex-servidores detalharão ao Senado perseguições do governo Bolsonaro
Ricardo Galvão foi demitido do Inpe após contrariar Bolsonaro sobre desmatamento; José Augusto Morelli multou Bolsonaro no Ibama
atualizado
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Ex-servidores do governo Bolsonaro vão detalhar nesta terça-feira (2/8) ao Senado as perseguições que sofreram nos cargos. A audiência pública contará com Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e José Augusto Morelli, servidor licenciado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que multou Jair Bolsonaro em 2012 e foi posto na “geladeira”. Agora, ambos são pré-candidatos ao Legislativo.
Em 2019, Galvão foi demitido do Inpe depois de defender dados do instituto que apontavam o aumento do desmatamento. Sem embasamento, Bolsonaro havia colocado em dúvida as informações do órgão técnico. Morelli, por sua vez, sofreu retaliações desde o início do governo Bolsonaro. Com 20 anos de carreira, perdeu cargos de chefia e foi ordenado a apenas fazer trabalhos burocráticos.
Até maio deste ano, o assediômetro, uma ferramenta da Articulação Nacional das Carreiras Públicas para o Desenvolvimento Sustentável (Arca), registrava 1.200 ameaças, perseguições e constrangimentos a servidores no governo Bolsonaro. A audiência pública sobre o assédio institucional no serviço público do país é organizada pela Frente Parlamentar Mista do Serviço Público (Servir Brasil), integrada pelo senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo, e pelo deputado Israel Batista, do PSB do Distrito Federal.