Ex-presidente da Confederação de Basquete terá que indenizar entidade
Entre 2009 e 2017 confederação de basquete perdeu convênios e patrocínios por prestação de contas irregulares, além de gastos injustificados
atualizado
Compartilhar notícia
Carlos Nunes, ex-presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), foi condenado no último dia 15 pela Justiça Federal a indenizar a entidade em R$ 300 mil por danos morais. Os cálculos pelos danos materiais ainda serão feitos. O dirigente foi acusado de diversas irregularidades, inclusive desvio de dinheiro, que levaram a CBB a perder convênio e patrocínios.
Durante a gestão de Nunes, de maio de 2009 a março de 2017, o patrimônio líquido da CBB se desvalorizou em 8.374%. A receita, por outro lado, subiu 136%. Os dados constam de um laudo anexado ao processo.
Entre as razões para o resultado, segundo o processo, estão pagamento de viagens particulares, quitação de boletos de cartão de crédito para o filho do dirigente e reembolsos para a mulher de Nunes. Os familiares não tinham qualquer ligação com a confederação.
O relatório do contador judicial apontou que R$ 1,6 milhão foi gasto no cartão corporativo sem justificativa. O perito também pontuou que a CBB deixou de pagar R$ 1,9 milhão em impostos e R$ 13,3 milhões em contratos.
Além disso, a entidade teve as prestações de contas contestadas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e pelo Ministério do Esporte, que repassaram valores à CBB por meio da Lei Agnelo Piva e da Lei de Incentivo ao Esporte. A Eletrobras, que era patrocinadora da CBB, também encerrou o contrato e processou a confederação.
De acordo com a decisão do juiz Mauro Luis Rocha Lopes, da 2ª Vara Federal do RIo de Janeiro, a gestão de Nunes gerou prejuízo contábil e também “lesões financeiras para o futuro, tendo em vista a ruptura prematura de convênios com o governo federal e com patrocínios junto à iniciativa privada”.
As decisões de Nunes já eram alertadas nos balancetes da entidade pelas auditorias independentes que avaliaram o balanço anual da CBB. Porém, todas as contas foram aprovadas.
Carlos Nunes foi procurado pela reportagem, mas não respondeu. O espaço segue aberto a eventuais manifestações.