Ex-ministro é punido por xingar defensores da liberação de drogas
Marcelo Queiroga foi ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro na pandemia e é pré-candidato a prefeito de João Pessoa
atualizado
Compartilhar notícia
Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro, foi punido pela Comissão de Ética da Presidência por chamar de “vermes” os defensores da liberação das drogas e defender a morte dessas pessoas quando chefiava o ministério. A censura ética foi aplicada em março, mas estava sob sigilo até agora. Atualmente, Queiroga é pré-candidato à prefeitura de João Pessoa.
Em julho de 2022, disse Queiroga no auditório do Ministério da Saúde: “O Arnaldo [Correia, secretário do ministério] falou que o uso de drogas é uma das causas mais prevalentes da hepatite C. Nós somos contra o uso de drogas, embora haja pessoas que estão defendendo isso: liberação das drogas. Para esses vermes, nitazoxanida. Talvez mate essa gente”, disse o então ministro.
A droga citada por Queiroga, um vermífugo, fazia parte do “kit Covid”, conjunto de remédios comprovadamente ineficazes contra o vírus promovido pelo governo Bolsonaro. Mais de 700 mil brasileiros morreram por causa da doença em apenas três anos.
Queiroga recebeu uma censura ética, a sanção mais severa possível a um ex-ministro. Na prática, contudo, trata-se de uma mancha no currículo que não o impedirá de assumir novos cargos de confiança no governo federal.
Quando era ministro da Saúde de Bolsonaro, Queiroga adotou outras posturas negacionistas: mentiu sobre efeitos da vacina da Covid, atacou o uso obrigatório das máscaras e chamou servidores da Fiocruz de “professores do inferno”. Também fez gestos obscenos para manifestantes.