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“Defesa não tem nada que falar sobre eleição”, critica ex-ministro

Ex-ministro da Defesa em parte do governo de Dilma Rousseff, Celso Amorim afirmou que Forças Armadas não têm o direito de fazer imposições

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O ex-chanceler Celso Amorim discursa durante evento
1 de 1 O ex-chanceler Celso Amorim discursa durante evento - Foto: Paulo Pinto/Agência PT

O embaixador Celso Amorim, ex-ministro da Defesa em parte do governo de Dilma Rousseff, afirmou em entrevista à coluna que a pasta não deve se envolver na organização das eleições e que as Forças Armadas não são especialistas em questões eleitorais para participar do pleito.

“O Ministério da Defesa não tem nada que falar sobre as eleições. As Forças Armadas, tradicionalmente, ajudaram na segurança pública, mas cada um tem a sua especialidade, cada um tem o seu conhecimento. Elas não têm que impor nada. É a mesma coisa que eu, como embaixador, chegar em uma igreja e dizer que eu vou realizar a missa, mas eu não sei nada sobre seminário, eu não sei nada daquilo. É um absurdo”, declarou Amorim.

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O ex-chanceler disse ter “muito apreço pelos militares” e que mantém “bons amigos” nas Forças Armadas, mas que a defesa da soberania brasileira é a única função que cabe aos militares.

“Tenho muito respeito, acho que eles têm muita capacidade, mas eles não têm que opinar sobre o que não é deles. É como se o juiz do TSE fosse dizer para o coronel por onde ele tem que atirar. Eles têm o dever de nos defender, mas cada um tem seu poder constituído. No caso das eleições, o poder é o Judiciário, por meio do TSE”, afirmou.

Amorim, que completou 80 anos no início deste mês, lança pela editora Benvirá o livro “Laços de confiança”, sobre a relação do Brasil com os países da América do Sul, com análises país a país, e prepara ainda um livro de memórias, para novembro, intitulado “Uma visão de Brasil”. A obra será lançada pela editora Civilização Brasileira.

Questionado sobre a possibilidade de integrar um eventual governo Lula em 2023, o ex-chanceler disse que não negaria um convite do petista, mas que torce pelo surgimento de lideranças jovens na gestão federal.

“Honestamente, não tenho nenhuma missão. Na carreira que fiz, eu não posso ter mais do que eu tive. Costumo dizer que não vou negar. Isso pode parecer presunção, mas se o presidente Lula achar que eu tenho que ter uma salinha lá no fundo, que eu posso tomar um café com ele de vez em quando, eu ficaria contente. Se ele quiser outra coisa, vou considerar também. Agora, eu quero que os jovens assumam lugares no governo dele”, afirmou.

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A troca de farpas preocupa.  Em tentativa de minimizar os conflitos, o ministro Luiz Fux, inclusive, tentou realizar reunião entre os três Poderes. Contudo, logo voltou atrás e cancelou o encontro declarando que o presidente da República insiste em atacar integrantes do STF e colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro
A declaração de Fux foi feita após Bolsonaro voltar a ameaçar a realização das eleições de 2022
“É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do STF. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude”, disse o presidente
“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, declarou
Durante as lives semanais, o assunto é recorrente. Bolsonaro prometeu que apresentaria, em uma delas, prova de fraudes eleitorais que supostamente ocorreram em 2014. No entanto, acabou alegando que “não tem como comprovar que as eleições foram fraudadas” e, mesmo assim, prosseguiu atacando o sistema eleitoral
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Desde eleito, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem travado grandes embates com a Justiça Eleitoral. Ele é, juntamente com aliados, uma das principais vozes no questionamento do processo brasileiro

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A troca de farpas preocupa. Em tentativa de minimizar os conflitos, o ministro Luiz Fux, inclusive, tentou realizar reunião entre os três Poderes. Contudo, logo voltou atrás e cancelou o encontro declarando que o presidente da República insiste em atacar integrantes do STF e colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro

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A declaração de Fux foi feita após Bolsonaro voltar a ameaçar a realização das eleições de 2022

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“É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do STF. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude”, disse o presidente

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“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, declarou

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Durante as lives semanais, o assunto é recorrente. Bolsonaro prometeu que apresentaria, em uma delas, prova de fraudes eleitorais que supostamente ocorreram em 2014. No entanto, acabou alegando que “não tem como comprovar que as eleições foram fraudadas” e, mesmo assim, prosseguiu atacando o sistema eleitoral

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Em resposta, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, portaria da Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral para a instauração de um inquérito administrativo contra Bolsonaro. Além disso, pediram ainda que o incluíssem em outro inquérito, o das fake news

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Bolsonaro, por sua vez, criticou o inquérito e ameaçou o STF. “O meu jogo é dentro das quatro linhas, mas se sair das quatro linhas, sou obrigado a sair das quatro linhas. O Moraes, ele investiga, ele pune e ele prende. Se eu perder as eleições vou recorrer ao próprio TSE? Não tem cabimento”, afirmou em entrevista ao canal da Jovem Pan

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Após a declaração de Bolsonaro, Alexandre de Moraes postou no twitter que “ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o STF de exercer sua missão constitucional de defesa e manutenção da democracia e do Estado de direito”

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Jair Bolsonaro reclamou da retirada de veículos blindados

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Como consequência da ação, o TSE enviou ao STF uma notícia-crime contra o presidente

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Recentemente, o conflito entre Jair e o TSE ganhou novos capítulos. Isso porque Bolsonaro passou a estimular um clima de disputa entre o TSE e as Forças Armadas

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Durante lives semanais, o chefe do Executivo federal acusou o TSE de “carimbar como confidenciais” sugestões dos militares para aprimorar a segurança das urnas eletrônicas e voltou a colocar em dúvida a segurança do sistema de contagem dos votos

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