Ex-funcionária processa chefe na Embaixada do Togo por assédio sexual
Eyana Edjaide, atual responsável pela embaixada, ameaçava a ex-funcionária alegando que ela sairia prejudicada se revelasse os assédios
atualizado
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Uma ex-secretária da Embaixada do Togo no Brasil apresentou uma ação contra a embaixada, afirmando ter sofrido assédio sexual e moral de seu ex-chefe, o encarregado de negócios, Eyana Edjaide, atual responsável pela embaixada. O caso tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, que agora aguarda manifestação da embaixada.
Arame Kebe Fall é senegalesa e mora no Brasil desde 2011. Trabalhou na embaixada por cerca de cinco anos, de outubro de 2016 a março deste ano, quando foi demitida.
Ela afirma que o assédio se iniciou em 2019, quando Edjaide começou a elogiar as roupas e o batom que usava. Segundo a senegalesa, Edjaide se declarou várias vezes, apesar de ela ter deixado claro que era casada e que não queria um relacionamento romântico com ele.
Arame diz que, uma vez, ele chegou a tocar o braço e a mão dela e que disse que ficava excitado quando a via falar sobre assuntos sérios.
De acordo com ela, era comum o então chefe repreendê-la na frente de outros funcionários, como uma forma de represália por ser rejeitado, além de ele ter dito que ela só não era demitida por que ele gostava dela. Ainda segundo com os relatos, Edjaide, a fim de constrangê-la, chegou a espalhar que Arame teria um caso com um outro diplomata, o que ela nega.
Arame conta também que, ao ameaçar o chefe de revelar o caso de assédio a outras pessoas, ele teria falado que quem sairia prejudicada seria ela, porque ele tem imunidade diplomática e, por isso, a lei brasileira não se aplica a ele. Ela afirma ter reportado os casos de assédio à Primeira Conselheira da embaixada, Massolou Esso, e à contadora, Eya Djigbodi Diabey, que amenizaram o caso e não tomaram medidas.
No processo, em que Arame pede uma indenização de R$ 31 mil por danos morais, a defesa dela anexou áudios em que ela confronta o ex-chefe sobre o caso. Nas gravações, ela o questiona sobre a rejeição de um pedido de adiantamento de salário, enquanto ele se queixa por ela não ter desejado feliz aniversário a ele.
A coluna entrou em contato com a Embaixada do Togo no Brasil desde quarta-feira (4/8), mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestações.