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Ex-empregado depõe na Justiça sobre emprego em gabinete de Flávio

Diante das menções a casos criminais, Ministério Público do Trabalho do DF remete caso para MPRJ e MPF RJ

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O ex-empregado da família Bolsonaro Marcelo Luiz Nogueira dos Santos prestou depoimento, por videoconferência, na segunda-feira (18/10), ao Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal, e ratificou as afirmações que fez à coluna em entrevista no mês passado, quando disse que foi lotado no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, entre 2003 e 2007, e tinha que devolver seu dinheiro a Ana Cristina Siqueira Valle, então mulher do presidente Jair Bolsonaro. Na entrevista, Marcelo Luiz também disse que era Bolsonaro quem determinava a pessoa que administrava o esquema de corrupção nos gabinetes de Flávio e Carlos Bolsonaro na Assembleia Legislativa e na Câmara do Rio.

Como não é competência do Ministério Público do Trabalho investigar crimes, a acusação foi encaminhada ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, onde Flávio Bolsonaro foi denunciado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato (roubo praticado por funcionário público), devido a este caso. Carlos Bolsonaro também é investigado no MPRJ.

Segundo Marcelo Luiz, Bolsonaro tirou o comando das mãos de sua então mulher, a advogada Ana Cristina Siqueira Valle, e passou para os filhos quando descobriu estar sendo traído por Ana.

“Eu repeti em audiência o que disse à coluna, que eu recebia do gabinete, mas devolvia o dinheiro. Trabalhava para a Ana Cristina”, disse o ex-empregado.

Em entrevista exclusiva à coluna, no mês passado, após se demitir por não receber o salário pedido, Marcelo Luiz detalhou como foram os quase 14 anos que trabalhou para o filho 01 do presidente. O ex-empregado atuou na campanha de 2002 de Flávio para deputado estadual e, entre 2003 e 2007, foi lotado no gabinete de Flávio na Alerj.

Marcelo confessou ter devolvido 80% de tudo o que recebeu no gabinete de Flávio nos quase quatro anos em que foi seu servidor: cerca de R$ 340 mil no total.

De acordo com Marcelo, ele sacava, todo mês, 80% de seu salário e entregava o dinheiro em espécie nas mãos da ex-mulher do presidente — com o conhecimento de Bolsonaro. Todos os assessores de Flávio, conforme relatou o ex-empregado, faziam o mesmo, bem como os de Carlos.

Flávio Bolsonaro afirma desconhecer que tal prática tenha ocorrido em seu gabinete. Carlos e Jair Bolsonaro não responderam às acusações.

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