1 de 1 Imagem colorida de Nísia Trindade, ministério da Saúde - Metrópoles
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O ex-deputado Ottaci Nascimento, do Solidariedade de Roraima, cobrou na última semana a ministra da Saúde, Nísia Trindade, pela execução de emendas parlamentares que ele indicou ainda em 2022. Em dois documentos enviados à ministra, Nascimento disse que um dos projetos parados trata do combate à dengue, em meio ao surto da doença em diversos estados.
“A morosidade burocrática de alguns setores do ministério de forma negligente atrapalha a aplicação da política pública”, escreveu Ottaci Nascimento, que foi deputado federal de 2019 a 2022. Os ofícios foram encaminhados à ministra da Saúde em 29 de janeiro e 1º de fevereiro.
Parte da verba pública designada por Nascimento em 2022 busca implementar o projeto “Educa-Arbo”, destinado a educar e conscientizar a população sobre a prevenção de arboviroses. Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos, a exemplo da dengue. “Não é admissível tal situação, visto a atual crise que vivemos no país”, afirmou o ex-deputado.
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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No sábado (3/2), Nísia Trindade afirmou que há uma “epidemia da dengue a nível local”, citando Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Acre e Minas Gerais. “Não é uma doença para ficarmos desestruturados”, disse a ministra.
A unidade da federação mais afetada é o Distrito Federal, onde o número de casos prováveis de dengue disparou 920%. O governo confirmou seis mortes pela doença, e apura outras 24. Cinco estados e o DF registram altas superiores a 500% nos casos, em comparação ao ano passado.
Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que a “liberação financeira” das emendas indicadas pelo deputado depende de as entidades beneficiadas fazerem um “processo licitatório”. A pasta disse que aprovou tecnicamente todos os R$ 16 milhões indicados.
“O ministério empenhou [reservou] mais de 93% (R$ 14,89 bilhões) do total de emendas parlamentares previstas para 2023, com 79,4% pagas (R$ 12,5 bilhões). É uma das pastas de maior desempenho”, completou.