A empresa acusada de fraudes na venda de passagens aéreas e celulares é a Aerotrip, que já é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal. Em setembro, a coluna mostrou que Jair Renan gravou vídeos divulgando o trabalho da firma. Pupe e a fotógrafa Dáleth Mendes levaram o caso à polícia em julho, alegando que compraram dois smartphones que nunca foram entregues.
Agora, o ex-assessor de Jair Renan disse ter recebido mensagens ameaçadoras de João Vítor Silva, um vendedor de aparelhos eletrônicos que também foi vítima do golpe virtual. “Ladrão, sete em um, arrombado, se tu não me pagar vou resolver de outro jeito”, afirmou o vendedor em um dos áudios enviados pelo ex-assessor à polícia. Silva negou aos policiais que tenha ameaçado Pupe. Disse que apenas advertiu o influenciador de que o processaria.
De acordo com as vítimas, a Aerotrip oferecia iPhones novos pela metade do preço. Para tentar se mostrar confiável, enviava aos possíveis clientes um vídeo de 14 segundos em que Jair Renan Bolsonaro endossava a companhia.
“Fala, galera, quem está falando aqui é o Renan Bolsonaro. Vim indicar uma agência de viagem para vocês. Ela se chama Aerotrip. Segue lá os caras. Quem falar meu nome ganha um desconto aí, um super desconto, na verdade. Tamo junto. Valeu”, disse Jair Renan no vídeo, compartilhando o perfil da empresa no Instagram.
Procurados, Diego Pupe e João Vítor Silva não responderam. O espaço está aberto para manifestações.
15 imagens
1 de 15
Jair Renan Bolsonaro, quarto filho de Jair Bolsonaro, é um influencer, youtuber, empresário e radialista brasileiro. Natural do Rio de Janeiro, é, atualmente, investigado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro e tráfico de influência
Reprodução/ Instagram
2 de 15
Jair Renan, nascido em 1998, é filho de Bolsonaro com uma das ex-esposa dele, Ana Cristina Siqueira Valle. Também conhecido como 04, é o quarto dos cinco descendentes do ex-presidente da República
Igo Estrela/Metrópoles
3 de 15
Ao contrário dos irmãos mais velhos, Jair Renan não é político. Ele, na verdade, ganhou mais atenção após lançar o canal no YouTube Condomínio 04, em que falava sobre seu dia a dia, entretenimento e entrevistava convidados
Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 15
Morador de Resende, no Rio de Janeiro, mudou-se para Brasília após o pai ser eleito chefe de Estado. Foi na capital Federal, por sinal, que Renan e a mãe ganharam holofotes após a compra de um imóvel no valor de R$ 3,2 milhões em um bairro nobre da cidade
Reprodução/Instagram
5 de 15
Jair Renan também ganhou os holofotes com outras polêmicas.
Reprodução/Instagram
6 de 15
Durante a pandemia da Covid-19, chamou atenção após afirmar em entrevista que a Covid-19, na verdade, não existia. “Que pandemia, malandro? Isso aí é história da mídia para trancar você em casa, para achar que o mundo está acabando. É só uma gripezinha, irmão, tomar no c.. Peguei, passou”, afirmou
Reprodução/Instagram
7 de 15
No fim de 2020, Renan abriu a empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia. A festa de inauguração da empresa contou com trabalhos realizados por uma produtora que prestava serviço para o governo federal. Além disso, entre os convidados estava um dos sócios da Gramazini, empresa investigada pela PF
Matheus Portugal/Estúdio Jota
8 de 15
À época, um dos sócios de Renan, o Allan Lucena, afirmou que ganhou um carro elétrico da Neon Motors, ligada a Gramazini. Segundo investigações, o automóvel teria sido doado para que "portas fossem abertas” para a Gramazini no governo
Igo Estrela/Metrópoles
9 de 15
Jair Renan, filho "04" de Bolsonaro
Reprodução/Instagram
10 de 15
A empresa de Jair Renan também apareceu nas apurações da CPI da Covid. Isso porque a firma foi fundada com a ajuda de Marconny Faria, apontado pela comissão como lobista da Precisa Medicamentos na compra da vacina Covaxin
Reprodução/Instagram
11 de 15Igo Estrela/ Metrópoles
12 de 15Igo Estrela/ Metrópoles
13 de 15
A polícia investiga se, em novembro de 2020, Jair Renan atuou para que a Gramazini conseguisse reuniões no Ministério do Desenvolvimento Regional para tratar de um projeto de construção de casas populares, em troca de ter, possivelmente, recebido benefícios da empresa
