Evento de ministro com foragido do STF nos EUA teve falas extremistas
Ministro das Comunicações, Fábio Faria prestigiou Allan dos Santos, ativista foragido do STF
atualizado
Compartilhar notícia
O evento nos Estados Unidos que uniu o ministro das Comunicações, Fábio Faria, e Allan dos Santos, ativista bolsonarista foragido da Justiça e alvo de um pedido de extradição do STF, foi recheado de falas extremistas. Nesta sexta-feira (7/1), ao lado do ministro de Jair Bolsonaro, Allan ligou “comunistas” a satanismo e narcotráfico.
Na igreja evangélica Lagoinha em Orlando, nos Estados Unidos, disse Allan dos Santos, ligado a Eduardo Bolsonaro: os comunistas são um grupo hierárquico “satanista ligado ao narcotráfico e que precisa usar a corrupção como meio, não como fim”. Do outro lado, teorizou o ativista foragido do STF, estão “as pessoas normais”, que se opõem à esquerda. Em seguida, Allan virou-se para Fábio Faria.
“Fábio Faria é uma pessoa normal. Você está dentro de algum grupo hierárquico?”, perguntou ao ministro de Bolsonaro, que de pronto respondeu que não com a cabeça.
Quando discursou no evento de políticos bolsonaristas na igreja que pedia doações em Pix ao vivo, o ministro defendeu que igreja “não é para a política”. “Acho que a minha vida na igreja é para mim, para a minha família, não é para a política. Inclusive nem gosto disso porque parece que você está usando da religião para se beneficiar na política”.
Além de ter sido acusado formalmente pela CPI da Pandemia de cometer incitação ao crime ao disseminar fake news sobre a Covid, Allan dos Santos foi alvo de um mandato de prisão no Brasil em outubro, por decisão do Supremo. Se vier ao país, deve ser preso. O militante não pode ser detido nos EUA enquanto a Interpol não incluir seu nome na lista vermelha.
O STF aguarda essa medida há três meses. A tramitação desse pedido no Ministério da Justiça levou à demissão da chefe do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI), a delegada Silvia Amelia.
O órgão, responsável por encaminhar burocraticamente pedidos de extradição, continua acéfalo até hoje. Amigo da família Bolsonaro, o secretário nacional de Justiça, Vicente Santini, mudou o fluxo na pasta e exigiu que todos os pedidos de extradição passem por ele.