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Estudo da UFRJ aponta 1,5 mil anúncios tóxicos na Meta contra mulheres

Pelo menos 98% dos anúncios com indícios de crimes e irregularidades não foram classificados como sensíveis pela Meta

atualizado

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Yanka Romão/Metrópoles
Violência contra a mulher
1 de 1 Violência contra a mulher - Foto: Yanka Romão/Metrópoles

Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicado nesta sexta-feira (8/3) identificou 1,5 mil anúncios publicitários em plataformas da Meta com indícios de crimes, misoginia e golpes. Os posts foram colhidos durante 28 dias entre janeiro e fevereiro. Pelo menos 98% desse material não foi classificado como sensível pela Meta.

A iniciativa foi financiada pelo Ministério das Mulheres e esta fase, divulgada no Dia da Mulher, é a primeira etapa do programa Brasil Sem Misoginia. O Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais da UFRJ (NetLab), sob a coordenação das pesquisadoras Marie Santini e Débora Salles, analisou publicações impulsionadas em Facebook, Instagram, WhatsApp e Audience Network.

Os 1.565 anúncios publicitários considerados “tóxicos” foram encontrados em 550 páginas e perfis dessas redes sociais da Meta. Esses conteúdos foram divididos em três grupos principais: problemáticos, que reforçam preconceitos; irregulares, que violam normas publicitárias e de conselhos profissionais, como o Conselho Federal de Medicina; ou ilegais/fraudulentos, que descumprem leis brasileiras.

De forma geral, as categorias mais recorrentes foram “risco à saúde pública ou individual”, com 79% dos anúncios analisados; “desinformação ou publicidade abusiva ou enganosa”, com 66%; “reforço de estereótipos de gênero, machismo e objetificação da mulher”, com 44%; “fraude ou golpe”, com 35%; e “uso de identidade falsa”, com 34%. A maioria dos anúncios comete mais de uma irregularidade ao mesmo tempo.

Apesar das regras internas da Meta para anúncios, 98% dos anúncios considerados problemáticos pelo estudo da UFRJ não foram tarjados como sensíveis pela empresa. Os pesquisadores identificaram um padrão em perfis que propagaram anúncios “tóxicos”: foram criados recentemente, têm poucos seguidores e informações conflituosas. “Indica um esforço proposital para manter o conteúdo falso e, possivelmente, fraudulento, sem que os responsáveis pelos anúncios sejam responsabilizados”, afirmou a pesquisa “Golpes, fraudes e desinformação na publicidade digital abusiva contra mulheres”.

Procurada, a Meta afirmou: “Estamos comprometidos com a segurança das mulheres e usamos uma combinação de tecnologia e revisores humanos para identificar conteúdos que violem nossas políticas. Estamos sempre trabalhando para aprimorar a nossa abordagem em prol de um ambiente seguro para todos”.

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metropoles.comGuilherme Amado

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