1 de 1 Ernesto Araújo ministro do Itamaraty no governo bolsonaro pede demissão
- Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
O ex-chanceler Ernesto Araújo postou um vídeo nesta segunda-feira (21/2), em seu canal no YouTube, para retrucar as reclamações de Jair Bolsonaro sobre as críticas do ex-ministro ao governo.
Ernesto, que está participando de um evento conservador em Bogotá, mostrou incômodo por Bolsonaro ter dito que o ex-ministro fazia críticas gratuitas à viagem oficial à Rússia em meio à ameaça de uma guerra com a Ucrânia. “Não é uma crítica de graça, tenho certeza disso”, afirmou.
O ex-chanceler disse que os líderes conservadores que encontrou em Bogotá esperavam que Bolsonaro estivesse alinhado com os interesses manifestados por eles, “e não que expressasse solidariedade à Rússia, um país que se associa ao Foro de São Paulo”.
“Essa é parte da razão pela qual eu sou extremamente crítico à visita que o presidente fez à Rússia e à linha de política externa que essa visita representa”, afirmou.
Ernesto, como de costume, fez comentários pejorativos à China. Ao lamentar o poder que os partidos do Centrão adquiriram no governo Bolsonaro, o ex-ministro disse considerar “nefasto o papel dessa corrente política na vida brasileira” e afirmou que “parte importante do programa do Centrão para o Brasil é escancarar as portas para a China e deixar que o Brasil se transforme numa espécie de estado vassalo” do país asiático.
Segundo ele, a suposta aproximação do Centrão com a China, principal parceiro comercial brasileiro, é “nefasta para a nossa soberania e para os nossos sentimentos, morais, valores e interesses econômicos”.
Ernesto elevou o tom em relação a Bolsonaro, mas há tempos critica a condução da política externa por seu sucessor, Carlos Alberto França. O diplomata agrada ao mundo político justamente por ser mais ponderado que Ernesto e por ter retomado a linha pragmática do Itamaraty em assuntos sensíveis, como a relação com a China.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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