Entrevista. Bolsonaro copia Trump ao atacar eleições para justificar derrota, diz Francis Fukuyama
Professor da Universidade de Stanford mostra preocupação com a democracia brasileira
atualizado
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O americano Francis Fukuyama, 68, professor da Universidade Stanford, foi um dos primeiros da elite da ciência política mundial a perceber o risco que Jair Bolsonaro representava para o futuro da democracia. Ainda em 2017, Fukuyama incluiu o então deputado federal em sua aula sobre populismo num dos mais disputados cursos que dá em Stanford, Democracia, Desenvolvimento e Estado de direito.
Ao lado de Donald Trump, da francesa Marine Le Pen, do turco Recep Tayyip Erdogan e do russo Vladimir Putin, entre outros, Bolsonaro integrava o que Fukuyama batizou de Internacional Populista, um grupo de políticos populistas e autoritários, na maioria da direita, mas não necessariamente desse espectro da política.
Agora, quatro anos após aquela aula, quando me deu a primeira de uma série de entrevistas que fizemos nos últimos anos, Fukuyama voltou a expressar preocupação com a democracia brasileira e disse ver nos movimentos de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas mais uma cópia do padrão de comportamento de Trump, em que eleições das quais ele não saia vitorioso são atacadas, como se fraudadas ou ilegítimas.
Na entrevista, Fukuyama falou ainda sobre os limites que acredita que os militares deveriam observar nas redes sociais, as possibilidades de uma terceira via e sobre o que acredita que os brasileiros preocupados com 2022 deveriam fazer para preservar a democracia.
Assista à entrevista abaixo.