Entidade cobra R$ 1,5 bilhão de bets por acesso de crianças
Bets processadas pela Educafro foram autorizadas pelo Ministério do Fazenda; nove empresas facilitam acesso de crianças, segundo Educafro
atualizado
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A Educafro processou nove empresas de apostas esportivas que foram autorizadas pelo Ministério da Fazenda por supostamente facilitarem o acesso de crianças e adolescentes às plataformas. As ações, apresentadas na última semana à Justiça de São Paulo, cobraram uma indenização de R$ 1,5 bilhão das bets.
Foram processadas as plataformas: PixBet, FlaBet, Bet da Sorte, da Pixbet Soluções Tecnológicas; Bet Nacional, Mr. Jack Bet, PagBet, da NSX Enterprise; e SuperBet, MagicJackpot, LuckyDays, da Superbet Brasil. A FlaBet é o site de apostas esportivas do Flamengo, operado pela PixBet.
Segundo a entidade, as empresas não têm “qualquer tipo de bloqueio efetivo”, como biometria ou reconhecimento facial, para impedir o acesso de crianças e adolescentes, que ficam expostos ao vício.
“Além das apostas esportivas, esses jovens também têm acesso a cassinos e jogos de roleta, bastando o uso do CPF de um adulto, independentemente do consentimento ou até do conhecimento do titular”, afirmou a ação, movida também pelo Centro de Defesa de Direitos Humanos Padre Ezequiel Ramin.
Além da cobrança por danos morais coletivos de R$ 1,5 bilhão, a Educafro pediu o pagamento de danos morais e materiais a cada criança e adolescente vítima das empresas de apostas.
O governo Lula tem discutido adotar medidas contra o uso de dinheiro do Bolsa Família para apostas esportivas. Um estudo do Banco Central apontou que, apenas em agosto, 5 milhões de beneficiários do programa social gastaram R$ 3 bilhões com apostas. Essas pessoas enfrentam vulnerabilidade econômica e insegurança alimentar.
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