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Empresário investigado teria intermediado emendas de deputado, diz PF

Mensagem encontrada em celular de empresário investigado no Maranhão indica interlocução com deputado do MDB; Veja prints

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Mario Agra / Câmara dos Deputados
Cleber Verde
1 de 1 Cleber Verde - Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados

Mensagens encontradas no celular de um empresário do Maranhão investigado pela Polícia Federal indicam que ele intermediou a destinação de emendas do deputado federal Cleber Verde, do MDB, a duas cidades maranhenses.

O conteúdo foi encontrado pela PF no celular do empresário Gianmarko Alecksander Cardoso Beserra, um dos alvos da Operação Tira-Dente, em março de 2023.

A operação da PF foi deflagrada no âmbito de um inquérito que apura supostos desvios de dinheiro de emendas parlamentares destinadas a serviços de saúde na cidade de Pedreiras (MA). A investigação que inclui Beserra foi aberta a partir de uma reportagem da revista piauí publicada em julho de 2022, segundo a qual o município de 39 mil habitantes informou no sistema do SUS ter feito 540,6 mil extrações de dentes em 2021 — uma média de 14 dentes extraídos por habitante, a indicar fraudes.

Ao analisar o material no celular de Gianmarko Beserra, a PF localizou mensagens trocadas entre ele e o deputado Cleber Verde. A conversa, segundo a PF, indica que o empresário investigado teria atuado como intermediário de emendas do deputado para ações e serviços de saúde de Média e Alta Complexidade (MAC) em outras duas cidades do Maranhão.

Na mensagem ao empresário, cuja data não é especificada nos documentos, Verde indicou valores de R$ 2 milhões relacionados às cidades maranhenses de Governador Nunes Freire (MA) e São Domingos do Maranhão (MA), acompanhados dos contados dos respectivos prefeitos. Beserra respondeu: “ok”.

“Nos diálogos analisados, há indícios de que o deputado federal Cleber Verde Cordeiro Mendes estaria destinando recursos públicos, via emendas parlamentares, a municípios maranhenses por intermédio do empresário Gianmarko Alecksander Cardoso Beserra”, disse a investigação.

Veja abaixo:

Print Mensagem

Os investigadores também apontaram áudios de Gianmarko Beserra nos quais o empresário citou uma mulher chamada Leila, que é chefe de gabinete do deputado Cleber Verde. Beserra teria indicado Leila a um secretário da cidade de Governador Nunes Feire, como interlocutora para tratar de recursos.

Em áudio respondendo ao empresário, o secretário municipal respondeu que a pessoa encarregada de contatar Leila estava com dificuldades para ser atendida. Beserra, então, teria respondido, em novo áudio, que o deputado deveria ser acionado diretamente em seu número de celular. Veja:

Transcrição áudio

Diante da citação ao deputado federal na investigação de primeira instância, em razão do foro privilegiado, a 1ª Vara Federal da Justiça Federal do Maranhão enviou o caso ao Supremo Tribunal Federal. A decisão foi tomada pelo juiz federal Ronaldo Desterro em 21 de junho. O inquérito chegou ao STF na última terça-feira (2/7), onde os autos tramitam em segredo de Justiça, sob relatoria do ministro Flávio Dino.

“No caso concreto, a Informação de Polícia Judiciária nº 146168/2024, conforme já relatado pelo Ministério Público Federal, dá conta de suposta relação entre o deputado federal Cleber Verde Cordeiro Mendes com o investigado Gianmarko Alecksander Cardoso Beserra, visando à liberação de valores vinculados às emendas parlamentares com destinação aos municípios maranhenses”, anotou o juiz federal em sua decisão.

A coluna procurou o deputado federal Cleber Verde nessa quarta-feira (3/7) e enviou a ele perguntas sobre a relação dele com o empresário Gianmarko Beserra. O parlamentar respondeu por meio de nota.

Disse Verde: “Conheço o Sr. Gianmarko. No que se refere as minhas emendas parlamentares, as indico a vários municípios do Estado do Maranhão, onde as mesmas tem caráter público (Lei Orçamentária Anual), com total transparência e aberta para consulta. A Sra. Leila trabalha em meu gabinete na função de Chefe de Gabinete”.

 

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