Empresário cobra R$ 120 mil do DF por carro queimado por bolsonaristas
Empresário teve Mercedes queimada perto da sede da PF, alvo dos bolsonaristas em dezembro; governo do DF diz que PF não era “área de risco”
atualizado
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Um empresário que teve o carro de luxo queimado por bolsonaristas no fim do ano passado cobra uma indenização de R$ 120 mil do governo do Distrito Federal. Naquele dia, extremistas tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF) e deixaram um rastro de destruição no centro de Brasília. O processo do Tribunal de Justiça do DF foi encaminhado à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF.
Em 12 de dezembro do ano passado, o empresário Eduardo da Costa Amorim estacionou sua Mercedes Benz a poucos metros da sede da PF. Depois de voltar de uma reunião, viu que seu carro estava queimado e quebrado, ou seja, um quadro de perda total.
Amorim culpa o governo do DF de irresponsabilidade, especialmente pela atitude da Polícia Militar (PM), que naquele dia não prendeu ninguém. Além de carros, ônibus foram incendiados na capital federal.
“O Distrito Federal foi irresponsável, inerte e omisso, porquanto não agiu com vistas a coibir e evitar que os atos de vandalismo destruíssem patrimônio público e particular”.
A defesa do empresário anexou imagens que mostram policiais militares observando carros sendo queimados por vândalos. Amorim também ressaltou que o Ministério Público abriu uma investigação para apurar a ação da PM no caso.
“A PM-DF não adotou nenhuma medida para impedir que o veículo fosse incendiado. A presença da PM-DF durante quase três horas de vandalismo comprova a explícita omissão estatal”, disse Amorim.
Governo: sede da PF não era “ponto vulnerável”
No processo, o governo do Distrito Federal negou qualquer irregularidade no policiamento de 12 de dezembro do ano passado. A Secretaria de Segurança Pública alegou que a sede da PF não era considerada “ponto vulnerável a ataques externos”.
O órgão disse também que não havia previsão de protestos naquela região. Segundo a secretaria, a “área de interesse da segurança” era o Tribunal Superior Eleitoral, onde o então presidente eleito Lula fora diplomado horas antes.