Empresa reclama de Eike Batista em compra de debênture
Argenta Securities fez pedido à Justiça de Minas Gerais
atualizado
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A corretora Argenta Securities pediu na quarta-feira (25/5) que a Justiça de Minas Gerais dê acesso a um processo sigiloso de compra de debêntures supostamente articulada por Eike Batista. Segundo a Argenta, Eike agiu para comprar debêntures irregularmente. A corretora alegou que já havia comprado as mesmas debêntures da Anglo American, detida por Eike, e apresentou documentos com os dados dos financiadores e garantidores da compra.
Uma debênture é um título de dívida emitido por empresas que oferecem crédito aos investidores, que, em troca, recebem rendimentos futuros.
Em dezembro, a Justiça vendeu à Argenta uma debênture da Anglo American detida por Eike por R$ 612 milhões. Os recursos serviriam para pagar os credores da MMX Sudeste Mineração, empresa de Eike. A debênture foi repassada à MMX depois de a companhia vender uma mina para a Anglo American.
Segundo a Argenta, Eike agiu “em conluio” com um banco de investimentos ao divulgar documentos ao mercado financeiro com o objetivo de cobrir a oferta da Argenta. A Argenta afirmou que Eike e o banco ofertaram preços inflados das debêntures para atrasar as consequências impostas a Eike por descumprir acordos com a Procuradoria-Geral da República.
A Argenta afirmou ainda que esses documentos apontavam, sem evidências, que a empresa não teria capacidade de comprar a debênture.
Além de pedir acesso aos detalhes da suposta compra de Eike, a Argenta solicitou que a Justiça suspenda qualquer atividade entre Eike e o banco BR Partners. A firma pediu também que o Ministério Público Federal e o MP Estadual investiguem supostos crimes de fraude.
(Atualização às 11h26 de 28 de maio de 2022: A assessoria de imprensa de Eike Batista enviou uma nota em nome da defesa do empresário. Disse o comunicado: “A Argenta tentou comprar as debêntures do empresário Eike Batista a preço vil, o que inviabilizaria o pagamento dos credores da MMX. É lamentável que a Argenta faça manobras esdrúxulas em busca de enriquecimento sem causa às custas de terceiros. É mais deplorável ainda que a empresa tente, de forma maliciosa, instrumentalizar o Ministério Público em proveito próprio. As debêntures serão levadas a leilão e vendidas a preços de mercado, conforme as melhores práticas de governança de modo a permitir a quitação das dúvidas com os credores”.)