Empresa que fez gramado do Palmeiras é processada por quadra deformada
Condomínio alega que quadra construída pela Soccer Grass apresentou deformidades antes do uso; empresa fez o gramado do estádio do Palmeiras
atualizado
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Não é só o Palmeiras que contesta o trabalho da Soccer Grass, responsável pelo gramado sintético do estádio Allianz Parque. Um condomínio de São Paulo entrou na Justiça após o piso de uma quadra reformada pela empresa apresentar diversos problemas técnicos.
O Palmeiras rescindiu o contrato comercial que mantinha com a Soccer Grass, no dia 29 de janeiro, e informou que não jogará mais no Allianz Parque até a empresa fornecer a manutenção necessária para o gramado sintético. O termoplástico inserido pela empresa no campo derreteu até formar uma gosma que grudou na chuteira dos jogadores. A Soccer Grass alegou que as elevadas temperaturas e a poluição estragaram o gramado.
A ação judicial contra a Soccer Grass partiu do condomínio Villa Natura, do bairro paulistano de Santo Amaro. Os moradores afirmaram que uma quadra poliesportiva reformada pela empresa apresentou diversas incongruências antes de ser liberada para o uso, como rugosidades e deformidades ao longo do piso. Segundo o condomínio, brotos também nasceram por toda a superfície da quadra, o que indicaria a contaminação do solo com sementes.
A Soccer Grass cobrou R$ 137 mil para reformar a quadra. No dia 8 de janeiro, a Justiça de São Paulo atendeu ao pedido do condomínio e designou um perito para a produção antecipada de provas do caso. O condomínio pretende usar essa avaliação em ações que obriguem a empresa a refazer a quadra ou a indenizá-lo.
Em sua defesa, a Soccer Grass declarou que “entregou exatamente o objeto contratado” e que supostas deformidades “consistem em intercorrências normais de uma quadra esportiva a céu aberto, de modo que não justificam a substituição total da quadra esportiva”.
E-mails trocados com o condomínio e anexados ao processo mostraram que a Soccer Grass atribuiu as deformidades da quadra à queda de frutos e de dejetos de pássaros. O piso esportivo é formado por camadas de laje, pó de pedra, brita, pedrisco, lama asfáltica e resina, sendo que uma pintura acrílica faz o revestimento final. Os problemas, de acordo com o condomínio, ocorreram entre a camada de resina e a pintura acrílica.
A coluna procurou a Soccer Grass para tratar do caso, mas não houve retorno. O espaço está aberto para eventuais manifestações.