Embaixada de Israel faz cartazes anti-Hamas: “terroristas palestinos”
Embaixada de Israel no Brasil produziu e pregou três cartazes em sua entrada falando em “terroristas palestinos”; guerra está no nono dia
atualizado
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A Embaixada de Israel no Brasil pregou cartazes na sua entrada, em Brasília, contra o Hamas, e falando em “terroristas palestinos”. Os banners comparam o Hamas ao Estado Islâmico, grupo considerado terrorista pela Organização das Nações Unidas. Nesta segunda-feira (16/10), o nono dia da guerra entre Israel e Palestina, três cartazes apócrifos estavam expostos no muro externo da embaixada, que confirmou à coluna a autoria do material.
“Terroristas palestinos sequestraram famílias israelenses levando-as para Gaza”, dizia um dos banners, acima de fotos de israelenses identificados por nome ou família. Em outro cartaz, que traz imagens de israelenses mortos, o título é “Hamas = ISIS”, equiparando o grupo à facção terrorista Estado Islâmico, surgida como um braço da Al-Qaeda, responsável pelo atentado de 11 de setembro de 2001. A ONU não considera o Hamas terrorista. O terceiro cartaz mostra israelenses e diz que “mais de 900 israelenses foram massacrados por terroristas do Hamas”.
Apesar das mensagens, o entorno da Embaixada de Israel no Brasil, em Brasília, era tranquilo na tarde desta segunda-feira (16/10). Não havia qualquer movimentação do lado de fora e, assim como a Embaixada da Palestina, era protegido por um carro da Polícia Militar do DF.
Questionada sobre os cartazes, a Embaixada de Israel afirmou que produziu os cartazes para lembrar “o terror que Israel viveu pelas mãos do Hamas”.
Leia o comunicado da Embaixada de Israel na íntegra: “Os banners produzidos pela Embaixada foram expostos em nossos muros para lembrar os transeuntes e visitantes do terror que Israel viveu no último dia 7 de outubro – tragédia que já conta com mais de 1.400 vítimas – pelas mãos do Hamas. O Governo de Israel pede que todos se lembrem das imagens horríveis que o mundo viu quando Israel estiver lutando para defender e resgatar seus cidadãos em Gaza. Não esqueceremos”.
Desde o último dia 7, após ataques terroristas do Hamas em Israel, o conflito entre o país e o grupo Hamas voltou à tensão máxima. Nesses nove dias, a guerra já se tornou a mais mortal da história da Faixa de Gaza, com cerca de 4 mil mortes, sendo 2,7 mil palestinos e 1,4 mil israelenses. Nos 15 anos anteriores, foram mortos 6,2 mil palestinos e 300 israelenses, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
Em retaliação ao ataque do Hamas, Israel lançou bombardeios e ordenou um “cerco completo” a Gaza, onde há por volta de 2 milhões de pessoas, e bloqueou o fornecimento de alimentos, água e combustível. A prática, considerada crime de guerra, é proibida pela ONU. Nesta segunda-feira (16/10), a Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou para “uma verdadeira catástrofe” na região. O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, disse à coluna que uma “crise humanitária” se avizinha, devido ao iminente fim do estoque de comida e água dos brasileiros abrigados em Gaza.