A controversa reunião do secretário especial de Cultura, Mario Frias, em Nova York com o lutador de jiu-jitsu bolsonarista Renzo Gracie buscou declarar a luta como patrimônio histórico brasileiro. Dois projetos de lei tramitam na Câmara desde 2019 com esse mesmo objetivo. A viagem de Frias, em dezembro, custou R$ 78 mil aos cofres públicos.
As informações do encontro em solo americano, que aconteceu das 13h às 16h em 16 de dezembro, constam do relatório da viagem. O prédio da reunião fica em uma área nobre de Nova York, a apenas dois quarteirões do famoso Empire State Building.
A iniciativa de Frias para tentar tombar a luta como patrimônio nacional poderia ser menos onerosa ao contribuinte. Em vez de voar a Nova York de última hora com seu auxiliar Hélio Ferraz, como mostrou o jornalista Lauro Jardim, Frias poderia trabalhar para apoiar um dos dois projetos de lei que tramitam na Câmara em prol de homenagear o jiu-jitsu.
Em 2019, já no governo Bolsonaro, dois deputados apresentaram propostas para declarar a luta como patrimônio cultural nacional: o deputado bolsonarista Delegado Antônio Furtado, do União Brasil do Rio de Janeiro, e o deputado Rubens Bueno, do Cidadania do Paraná. Ambos estão abandonados por governo e oposição: aguardam um parlamentar que tope ser o relator.
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Mario Frias iniciou a carreira no ramo artístico, mais especificamente em Malhação, em 1999, na Rede Globo
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"Ganhei uma nova chance", disse Mario Frias
Isac Nóbrega/PR
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Deixando a carreira de ator de lado, Mario Frias foi nomeado pelo presidente Bolsonaro, em junho de 2020, para o comando da Secretaria Especial da Cultura, órgão vinculado ao Ministério do Turismo
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Frias é pai de Miguel, fruto do relacionamento com a atriz Nivea Stelmann, e de Laura, fruto da relação com a atual esposa Juliana Camatti
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Desde quando assumiu o cargo no governo Bolsonaro, Frias coleciona polêmicas e entra em brigas com famosos como Marcelo Adnet, Ivete Sangalo e Antonia Fontenelle
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Fora as confusões pessoais, denúncias de desperdício de dinheiro público em viagem ao exterior e suspeitas de nepotismo assombram a gestão do ator Mario Frias na Secretaria Especial de Cultura
Roberto Castro/ Mtur
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A confusão com Antonia Fontenelle, inclusive, deu o que falar. Tudo começou depois de ela afirmar que recebeu proposta em dinheiro para não falar mal de Frias. Ele, por sua vez, nega as acusações e aproveitou para atacar a youtuber nas redes. Em live, o ator chamou a mulher de "cacatua" e disse que ela “não vale um real”. Antonia o processou
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Além disso, a falta de ações na área da cultura e retornos do secretário motivaram série de críticas à gestão de Frias. Em março de 2022, o ator resolveu deixar o cargo no governo. O motivo, no entanto, não foram as oposições, mas sim a vontade dele em disputar as eleições de outubro
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Agora, filiado ao Partido Liberal (PL), Frias pretende concorrer a uma vaga de deputado federal por São Paulo
Marcos Corrêa/PR
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