O governo de São Paulo definiu que a programação para comemorar o bicentenário da Independência terá um mês de duração, entre agosto e setembro de 2022, e terminará com a reinauguração do Museu do Ipiranga. A celebração deverá ser motivo para um novo embate entre a gestão de João Doria e o secretário de Cultura do governo federal, Mario Frias.

As reformas do Museu do Ipiranga, avaliadas em R$ 210 milhões, tiveram R$ 170 milhões de incentivos privados, sendo que uma parcela foi captada via Lei Rouanet. Frias afirma que o governo de São Paulo não tem autonomia para decidir quando o museu será reinaugurado e ameaça criar empecilhos. A gestão Doria afirma que as ameaças não fazem sentido.

Antes da abertura do museu, o governo paulista lançará um portal chamado “Agenda Bonifácio”, que trará toda a programação do bicentenário da Independência, incluindo ações promovidas por municípios, pela gestão Doria e pelo governo federal.

O governo paulista promoverá a comemoração em São Paulo e em outras cidades do estado, mas as principais ações estão previstas para o Parque da Independência, onde está localizado o Museu do Ipiranga. Um palco com atividades culturais diárias será montado no local. Os detalhes da programação só serão revelados em 2022.

O bicentenário da Independência é um tema caro nas bases do bolsonarismo, sobretudo em grupos conservadores simpáticos à monarquia. O tratamento dado pela gestão de Frias à data comemorativa é criticado com frequência pelo cineasta Josias Teófilo, um apoiador de Bolsonaro.

Frias anunciou no fim de outubro que Raphael Azevedo, ex-chefe de gabinete do deputado estadual Gil Diniz, viria para a Secretaria de Cultura trabalhar como gerente de projetos. Na ocasião, Azevedo postou imagens no Instagram dando a entender que cuidaria da programação do bicentenário. Ele não tinha experiência com a área cultural antes de assumir o cargo.