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Em filme, FHC detalha relacionamento “complexo” com Lula

Documentário O Presidente Improvável estreia nos cinemas na próxima quinta-feira (31/3)

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Ricardo Stuckert/Reprodução
Lula e Fernando Henrique Cardoso
1 de 1 Lula e Fernando Henrique Cardoso - Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução

Perto de completar 91 anos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considera ter um relacionamento “complexo” com o ex-presidente Lula, mas sem paralelo com o ódio visto na política nos últimos tempos. A análise é feita pelo tucano no documentário O Presidente Improvável, dirigido por Belisário Franca e que estreia nos cinemas na próxima quinta-feira (31/3).

Em 1989, Lula era um dos candidatos da primeira eleição presidencial direta após a ditadura militar. FHC era senador e seu partido, o PSDB, havia lançado o também senador Mário Covas. No segundo turno entre Lula e Fernando Collor, FHC e Covas foram a um comício do petista com uma preocupação em particular.

“Eu e o Covas fomos a um comício do Lula. Sabe qual era nossa principal preocupação? A vaia. Porque naqueles tempos, eles [petistas] vaiavam todo mundo que não fosse do PT. Não fomos muito vaiados, fomos um pouco (risos)”, afirmou Fernando Henrique, acrescentando:

“Não tínhamos nenhuma expectativa de governar juntos, porque era impossível. O PT tinha uma visão muito deles. É impossível negociar. E assim foi feito. Foi dado o apoio. Eu votei no Lula nessa ocasião.”

Cerca de uma década depois, no fim dos anos 1990, o então presidente FHC recebeu Lula e o então governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, no Palácio da Alvorada. Cristovam, amigo em comum de ambos, surpreendeu-se.

“Começamos a tomar uísque e o Cristovam disse: ‘Vocês parecem dois velhos amigos'”, ao que FHC respondeu: “Ué, mas nós sempre fomos”. Mais tarde naquela noite, Fernando Henrique falou a Lula: “Vou te mostrar o palácio, porque um dia você vai morar aqui”. Reservadamente, o tucano pensava o oposto: “Eu não acreditava que ele fosse”.

Já em 1º de janeiro de 2003, quando Lula derrota o tucano José Serra e recebe de FHC a faixa no Palácio do Planalto, Fernando Henrique se recorda da despedida após a cerimônia:

“O Lula me levou até a porta, pelos fundos, onde a gente sai, me deu um abraço apertado, encostando o rosto, e disse: ‘Você deixa aqui um amigo’. Bom, daí em diante, foi só pau em mim (risos).”

Naquela passagem de gestão entre PSDB e PT, Fernando Henrique inaugurou o modelo de governo de transição, que é usado até hoje. “Aquela transição serviu simbolicamente para mostrar que, apesar de adversários, você não quer matar o outro”, disse FHC.

Sobre os dias de hoje, quando Lula se prepara para tentar voltar ao Planalto e derrotar Jair Bolsonaro, disse FHC: “Precisamos acreditar de novo, injetar de novo uma crença de que dá para fazer”.

O Presidente Improvável tem roteiro de Lyana Peck e Belisário Franca, e produção da Giros Filmes. Entre os participantes das conversas com FHC, estão o ex-presidente americano Bill Clinton, contemporâneo de presidência; o cantor Gilberto Gil; o sociólogo Manuel Castells; e o historiador Boris Fausto.

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De origem simples, Lula se mudou para São Paulo com a família quando ainda era criança. Na infância, trabalhou como vendedor de frutas e engraxate
Mais tarde, tornou-se auxiliar de escritório, foi aluno do curso de tornearia mecânica no Senai e, tempos depois, passou a trabalhar em uma siderúrgica que produzia parafusos, onde perdeu o dedo mínimo da mão esquerda
Em 1966, Lula começou a trabalhar em uma empresa metalúrgica. Em 1968, filiou-se ao Sindicado de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e, em 1969, foi eleito para a diretoria do sindicato da categoria
Durante a ditadura militar, liderou a greve dos metalúrgicos e foi preso, cassado e processado com base na lei vigente à época. Foi justamente nesse período que a ideia de fundar o Partido dos Trabalhadores surgiu
Para formar a sigla, juntou representantes de movimento sindicais, sociais, católicos e intelectuais. Lula se tornou o primeiro presidente do PT. Durante a redemocratização, foi um dos principais nomes do Diretas Já, e no mesmo período, iniciou a carreira política
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Luiz Inácio Lula da Silva, nascido em 1945, é um ex-metalúrgico, ex-sindicalista e político brasileiro. Natural de Caetés, no Pernambuco, foi o 35º presidente do Brasil

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De origem simples, Lula se mudou para São Paulo com a família quando ainda era criança. Na infância, trabalhou como vendedor de frutas e engraxate

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Mais tarde, tornou-se auxiliar de escritório, foi aluno do curso de tornearia mecânica no Senai e, tempos depois, passou a trabalhar em uma siderúrgica que produzia parafusos, onde perdeu o dedo mínimo da mão esquerda

Fábio Vieira/Metrópoles
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Em 1966, Lula começou a trabalhar em uma empresa metalúrgica. Em 1968, filiou-se ao Sindicado de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e, em 1969, foi eleito para a diretoria do sindicato da categoria

Fábio Vieira/Metrópoles
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Durante a ditadura militar, liderou a greve dos metalúrgicos e foi preso, cassado e processado com base na lei vigente à época. Foi justamente nesse período que a ideia de fundar o Partido dos Trabalhadores surgiu

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Para formar a sigla, juntou representantes de movimento sindicais, sociais, católicos e intelectuais. Lula se tornou o primeiro presidente do PT. Durante a redemocratização, foi um dos principais nomes do Diretas Já, e no mesmo período, iniciou a carreira política

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Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo e, em 1989, concorreu pela primeira vez para presidente. Perdeu para Fernando Collor. Lula disputou o Palácio do Planalto outras duas vezes até ser eleito, em 2002

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Cumprindo o primeiro mandato, foi reeleito em 2006, após disputa com Geraldo Alckmin, e permaneceu como presidente até 31 de dezembro de 2010

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Durante o período em que foi chefe de Estado, ficou conhecido pelos programas sociais Fome Zero e Bolsa Família, pelos planos de combate à pobreza e pelas reformas econômicas que aumentaram o PIB brasileiro. No exterior, Lula foi considerado um dos políticos mais populares do Brasil e um dos presidentes mais respeitados do mundo

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Após passar a faixa presidencial para Dilma Rousseff, Lula começou a realizar palestras nacionais e internacionais. Em 2016, foi nomeado por Dilma para comandar a Casa Civil, mas foi impedido de exercer a função pelo STF

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Em 2017, Lula foi condenado pelo então juiz Sergio Moro por lavagem de dinheiro e corrupção, resultado da Operação que ficou conhecida como Lava Jato. A sentença levou Lula à prisão até 2019, quando ele foi solto após o STF decidir que ele só deveria cumprir pena depois do trânsito em julgado da sentença

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Em 2021, o Supremo declarou que Sergio Moro foi parcial nos julgamentos e, consequentemente, todos os atos processuais foram anulados. Lula tornou-se elegível outra vez e, tempos depois, confirmou a intenção de se candidatar novamente ao Planalto

Reprodução

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