Em 21 anos, 62% dos homicídios de crianças e jovens no RJ tiveram arma
Dessas mortes, cerca de 10,7% foram causadas por agentes de segurança do Estado
atualizado
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Quase dois terços dos homicídios dolosos cometidos contra crianças e adolescentes nos últimos vinte e um anos no Rio de Janeiro foram provocados por armas de fogo. Dessas mortes, cerca de 10,7% foram causadas por agentes de segurança do Estado.
Os dados, que são de um levantamento da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, mostram que os adolescentes de 12 a 17 anos são as maiores vítimas dos homicídios dolosos causados por projétil de arma de fogo e dos autos de resistência, nomenclatura usada no passado para se referir a mortes causadas por policiais durante confronto. Cerca de 3.858 adolescentes de 12 a 17 anos foram vitimados dessas formas.
Somente em 2020, de acordo com um estudo da plataforma Fogo Cruzado, 28 crianças e adolescentes foram atingidos por projéteis de arma de fogo em confrontos policiais e oito morreram.
O levantamento da Defensoria revelou também que 9.542 casos de homicídios contra jovens ainda não têm respostas. O tempo médio de conclusão de cada investigação foi de oito anos.
No sábado, dia 4 de dezembro, o assassinato das meninas Emily e Rebeca, de quatro e sete anos respectivamente, durante um confronto policial na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, completou um ano sem respostas.
As duas primas brincavam na porta de casa, em Duque de Caxias, quando, segundo relatos, policiais começam a atirar em direção a dois homens em uma moto. Um dos tiros — um único tiro de fuzil atravessou as duas meninas — atingiu Rebecca no peito e Emily na cabeça.
A polícia ainda não deu uma solução para o caso e os culpados sequer foram identificados.