O CEO da Paper Excellence, Cláudio Cotrim, empresa que venceu a arbitragem sobre o controle da Eldorado Celulose, afirma ter o plano de investir R$ 16 bilhões para o crescimento da empresa, após a Justiça concluir o julgamento dos recursos apresentados pela J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, e que hoje comanda a companhia.

“Enquanto o cumprimento das decisões não ocorre, a Eldorado está parada no tempo, sem investimentos e deixando de gerar novos empregos em razão de iniciativas meramente protelatórias”, afirmou Cotrim, em conversa com a coluna.

Cotrim cobrou a transferência das ações negociadas pela Paper, que pagou R$ 3,8 bilhões em 2017 por 49,41% da empresa, mas havia negociado a compra dos 100%, num total de R$ 15 bi. O restante do pagamento, pelos 50,59%, dependia da liberação pela Paper das garantias de dívidas da J&F, o que, pelo contrato assinado entre as partes, deveria ocorrer um ano depois. Mas, em julho de 2018, a coisa começou a desandar. Com a celulose valorizada no mercado mundial e o dólar ainda mais valorizado em relação ao real, os Batista e os executivos da Eldorado passaram a dar sinais de que não queriam mais prosseguir com o negócio — a J&F diz que quem começou a recuar foi a Paper..

“As empresas não podem ser vítimas de ações protelatórias em detrimento do crescimento do Brasil e dos planos de investidores sérios em benefício de alguns que só buscam tirar vantagem de forma condenável, buscando apenas o interesse individual”, criticou Cotrim.

(Atualização: após a publicação da nota, a assessoria de imprensa da J&F entrou em contato com a coluna e pediu que fosse acrescentada a sua versão sobre o que ocorreu em 2018. Para eles, foi a Paper quem recuou e não o contrário.)