Economista indicado para Petrobras é contra intervenção em preços
Bolsonaro demitiu o general Joaquim Silva e Luna por não concordar com a política de preços dos combustíveis praticada pela Petrobras
atualizado
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O economista Adriano Pires, indicado para assumir a presidência da Petrobras, se manifesta contra a intervenção do governo na política de preços operada pela estatal.
Pires publicou um artigo no último dia 22, no site Poder 360, dizendo que “o que assusta o investidor é a ameaça da intervenção nos preços sempre presente em manifestações dos que sonham em transformar novamente a Petrobras em instrumento político do governo”.
Ele defendeu, no entanto, a criação de um fundo emergencial de subsídios, com duração de três a seis meses, para evitar que a alta no preço dos combustíveis seja repassada ao consumidor. O preço do barril de petróleo passou de 100 dólares devido à guerra na Ucrânia e às sanções aplicadas contra a Rússia.
Silva e Luna vinha sofrendo pressões de Bolsonaro e de outras lideranças políticas, como o presidente da Câmara, Arthur Lira, para revisar a política de preços da Petrobras. A alta nos combustíveis é uma questão sensível para a popularidade do governo federal, sobretudo em um ano eleitoral.
Nesta segunda-feira (28/3), Pires publicou um texto em inglês no seu perfil no LinkedIn afirmando que o “risco de intervenção na Petrobras antes das eleições é muito pequeno por duas razões”.
“A primeira é porque a regulamentação e o compliance da companhia depois da Lava Jato tornam muito difícil para a diretoria executiva e para o Conselho de Administração tomarem ações que possam prejudicar os acionistas. Em segundo lugar, se o presidente Bolsonaro intervier na companhia, ele será acusado de fazer a mesma política que o Lula fez”, afirmou Pires.