Dono de offshore, Guedes foi alertado por e-mail sobre conflito de interesses
Ministro da economia mantém empresa offshore em paraíso fiscal
atualizado
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O ministro Paulo Guedes recebeu um e-mail alertando sobre conflitos de interesse no governo federal poucos dias antes de o Pandora Papers, colaboração jornalística coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e da qual o Metrópoles faz parte, revelar que Guedes mantém uma empresa offshore num paraíso fiscal, as Ilhas Virgens Britânicas.
O e-mail foi enviado na última quinta-feira (30/9), para Guedes e todos os servidores federais, relembrando a Lei do Conflito de Interesses.
O e-mail afirmava que servidores e autoridades deveriam consultar a Comissão de Ética Pública da Presidência para tirar dúvidas sobre a existência do conflito de interesses durante ou após o exercício do cargo no governo federal.
Em outro trecho, a mensagem apresentava a Lei do Conflito de Interesses, que trata do choque entre interesses públicos e privados no serviço público. Um dos artigos da lei, sancionada em 2013, fixa como conflito de interesses “divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito próprio ou de terceiro, obtida em razão das atividades exercidas”. É um dos questionamentos que Guedes tem recebido nos últimos dias.
Nesta quarta-feira (6/10), o plenário da Câmara aprovou por 310 votos a 142 um pedido para que Guedes explique aos deputados sobre sua empresa em paraíso fiscal. Outras duas comissões da Casa convocaram Guedes a se explicar. No Senado, o ministro foi convidado a prestar esclarecimentos.
Guedes pode ter lucrado pelo menos R$ 14 milhões com a valorização do dólar apenas durante o seu mandato à frente da pasta.
A defesa do ministro da Economia declarou que esclarecerá voluntariamente à PGR e ao STF que Guedes “jamais atuou ou se posicionou de forma a colidir interesses públicos com privados”.