Divergência entre Mario Frias e Tarcísio acarretou em troca na Cultura
Mario Frias ficou irritado após Hélio Ferraz ter liberado, a pedido de Tarcísio, os planos anuais de instituições paulistas na Lei Rouanet
atualizado
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A saída de Hélio Ferraz da Secretaria de Cultura do governo Bolsonaro foi resultado de um processo de fritura que envolve o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e que foi desencadeado pelo grupo ligado ao deputado eleito Mario Frias.
Quando deixou a Secretaria de Cultura, Frias solicitou a Ferraz o congelamento dos planos anuais das instituições culturais paulistas na Lei Rouanet, a fim de atingir o governo tucano no estado. O ex-secretário foi um dos principais antagonistas de João Doria em Brasília.
Tarcísio foi alertado sobre a catástrofe cultural que a medida provocaria e pediu a Ferraz para aprovar os planos das instituições. De olho numa vaga na Secretaria de Cultura de São Paulo, Ferraz atendeu ao pedido do governador eleito e liberou a análise dos projetos.
A “traição” irritou Frias e André Porciuncula, nomeado nesta quarta-feira (7/12) como secretário de Cultura. Porciuncula, um bolsonarista raiz, nunca teve bom relacionamento com Ferraz.
Nos bastidores, Porciuncula manifestava interesse na Secretaria de Cultura desde que foi derrotado na eleição para deputado federal na Bahia.
Ferraz foi escolhido para assumir uma diretoria na Ancine, com mandato de quatro anos, mas o Senado dificilmente avaliará seu nome antes da mudança de governo. Lula deve retirar a indicação assim que tomar posse.
A vida de Ferraz tampouco será fácil em São Paulo. A nomeação do secretário de Cultura passará pelo crivo de Gilberto Kassab, já anunciado como chefe da Secretaria de Governo. Hoje, o favorito para chefiar a pasta é Pedro Mastrobuono, presidente do Instituto Brasileiro de Museus. A relação entre Ferraz e Mastrobuono também não é das mais saudáveis.