A disputa pela vaga do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) na Câmara dos Deputados se acirrou nos últimos dias. O advogado Edvaldo Nilo, que corria na frente, agora vê empecilhos à sua candidatura.

Nesta terça-feira (1/8), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, avisou que votaria nesta semana a indicação para o CNMP e para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Depois, informou para líderes que pode deixar as votações para a semana que vem.

O motivo do atraso é que a disputa se complicou. Maria Tereza Uille Gomes, ex-conselheira do CNJ, está se movimentando para o CNMP e conquistou apoio de lideranças partidárias importantes recentemente.

Uille é próxima a Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas pessoas próximas ao ministro relatam que ele tem se mantido afastado da campanha por enquanto.

Nilo, por sua vez, tem proximidade com o senador Davi Alcolumbre, o que ajudou para que ele ganhasse também o apoio de Arthur Lira e do grupo próximo ao presidente da Câmara.

A demora na votação favorece Uille, mas pode provocar o surgimento de uma terceira via, segundo fontes que acompanham a movimentação dos candidatos. Também faz com que a opinião do novo Procurador-Geral da República (PGR), que preside o CNMP, seja considerada — Lula deve escolher em breve quem sucederá Augusto Aras na PGR.

Ana Luísa Marcondes, assessora no Senado, também vai concorrer à vaga.