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Disputa entre produtores de grandes artistas pode passar de R$ 70 mi

Ex-empresário de Alexandre Pires e de outros artistas notificou a Opus Entretenimento para cobrar valores que podem passar de R$ 70 milhões

atualizado

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Montagem com fotos de Caio Duran, Reprodução/Redes Sociais e Felipe Menezes/Metrópoles
Montagem com fotos dos artistas Alexandre Pires, Daniel e Seu Jorge
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O empresário Matheus Possebon, que agenciava o cantor Alexandre Pires e chegou a ser preso pela Polícia Federal (PF) em dezembro do ano passado, notificou extrajudicialmente a Opus Entretenimento, uma das gigantes do show business no Brasil, para cobrar supostos valores devidos que podem ultrapassar R$ 70 milhões.

Possebon alegou que a Opus lhe deve uma indenização de R$ 70 milhões por afastá-lo das atividades do grupo após a operação da PF, que ele afirma ter sido um erro. O empresário também declarou que tem valores a receber sobre o lucro auferido pelo agenciamento artístico da Opus, sobre a participação da empresa em um fundo de investimento em shows, mantido em parceria com a XP, e sobre os lucros totais da companhia.

Além das cobranças, Possebon pede acesso a todos os documentos que mostrem os contratos firmados por ele em sociedade com a Opus, o que incluiria o agenciamento de grandes artistas e a organização de turnês internacionais das bandas Kiss, em 2022, e Guns N’ Roses, em 2023.

Possebon também exigiu ter acesso aos documentos que mostrariam a sua participação na estruturação do fundo com a XP, cuja carteira é avaliada em quase R$ 300 milhões, e solicitou a contratação de uma consultoria financeira para auditar os resultados financeiros da Opus nos últimos cinco anos.

Conhecido pelo trabalho ao lado de Alexandre Pires, o empresário declarou, na notificação, que agenciou outros grandes artistas para a carteira da Opus, como Ana Carolina, Daniel, Seu Jorge, Jota Quest, Roupa Nova, KLB e Munhoz e Mariano.

Reprodução/Redes Sociais
O empresário Matheus Possebon, que agenciava o cantor Alexandre Pires e foi alvo de operação da PF

Possebon foi preso no dia 4 de dezembro do ano passado, em operação da PF que investigava a lavagem de dinheiro com garimpos na Terra Yanomani. A PF acusou o empresário de usar cinco familiares para esconder a origem de R$ 1,1 milhão que ele teria recebido de uma mineradora. Alexandre Pires também foi alvo de buscas na operação.

A Opus comunicou o afastamento de Possebon em 6 de dezembro. Dois dias depois, a Justiça Federal concedeu um habeas corpus para o empresário responder ao processo em liberdade. Na decisão, a desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso disse que não havia indícios para justificar a prisão preventiva e que situações fáticas sobre o envolvimento de Possebon mereciam esclarecimentos.

A defesa de Possebon sustentou, na ocasião, que a prisão era “uma violência” e que havia sido decretada “por conta de uma única transação financeira com uma empresa que Matheus não mantém qualquer relação comercial”.

Questionada sobre o caso, a Opus declarou que “ratifica que a relação das partes foi descontinuada” e informou que “o assunto é tratado por seus assessores jurídicos nos âmbitos adequados”.

Já a defesa de Possebon declarou que o empresário “busca resguardar direitos constituídos a partir de relação comercial e societária com a Opus Entretenimento”. Em nota, os advogados afirmaram que Possebon trabalhou por cinco anos ao lado da Opus e que, “por respeito à parceria construída neste período, os termos são tratados em sigilo”.

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metropoles.comGuilherme Amado

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