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Dirigente da sigla de Sergio Moro é réu e foi condenado por nepotismo

Presidente do Podemos no Paraná, César Silvestri Filho teve auxiliares presos quando era prefeito; Moro e Dallagnol são vices de diretório

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César Silvestri Filho
1 de 1 César Silvestri Filho - Foto: Reprodução

O presidente do Podemos no Paraná, partido e estado de Sergio Moro, César Silvestri Filho, é réu e já foi condenado por nepotismo e teve auxiliares presos quando foi prefeito. Silvestri Filho tem sido presença constante na campanha de Moro. Compareceu às filiações do ex-juiz da Lava Jato, no mês passado em Brasília, e de Deltan Dallagnol, ex-chefe da operação, na última sexta-feira (10/12) em Curitiba.

Moro e Dallagnol se tornaram colegas do presidente estadual do Podemos: Moro é vice-presidente, ao passo que Dallagnol é segundo vice-presidente. É por meio desse cargo que Moro recebe um salário de R$ 22 mil da sigla.

Silvestri Filho foi prefeito de Guarapuava, cidade paranaense de 180 mil habitantes, de 2012 a 2020. Nesse período, ele e sua equipe foram alvos da Justiça.

Em 2013, dois auxiliares do prefeito foram presos: a secretária de Educação, Sandra Zannette, e o secretário de Obras, Edson Sanches. Segundo o Ministério Público estadual, a prefeitura fraudou uma licitação para o espetáculo “A paixão de Cristo”. A licitação só aconteceu dois meses depois do evento. Em depoimento, a secretária de Educação admitiu envolvimento na fraude.

Dois anos depois, o prefeito, dois outros secretários e um assessor foram condenados por improbidade administrativa pela prática de nepotismo. Antes da condenação de Silvestri Filho por improbidade administrativa, a prefeitura havia sido obrigada pela Justiça a exonerar sete servidores nomeados por serem familiares da cúpula do município.

Esse processo por nepotismo da prefeitura corre atualmente no Superior Tribunal de Justiça (STJ). No mês passado, o tribunal negou um recurso de Silvestri Filho.

No Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), o presidente do Podemos responde a outro processo por improbidade administrativa, aberto em 2015. Neste caso, é questionado por ter empregado ao mesmo tempo um servidor em seu gabinete na Assembleia Estadual paranaense e no seu partido à época, o PPS, atual Cidadania.

Além de abrigar Moro e Dallagnol, o diretório paranaense do Podemos é estratégico para o partido: todos os três senadores do estado são da sigla, incluindo Alvaro Dias, que em 2018 concorreu ao Planalto.

Procurada, a defesa de Silvestri Filho afirmou que o Ministério Público apontou nepotismo entre os servidores nomeados, nenhum deles parentes do então prefeito. “Havia imputação tão somente de violação a princípios da administração pública, sem qualquer lesão ao erário ou dolo”, afirmou o advogado Gustavo Guedes, acrescentando que a pena foi uma multa.

Sobre o processo que tramita no TJ-PR, a defesa declarou que tem “confiança na improcedência” da acusação.

“As situações são consideradas de pouca gravidade, com imposição de multa civil por violações a princípios, afastadas, assim, penas mais graves, como a suspensão de direitos políticos, ressarcimento ao erário e a impossibilidade de contratar com o poder público”, seguiu o comunicado.

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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro
Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente
No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação
“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente
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Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sergio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça, em 2019

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

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Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro

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Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente

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No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação

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“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente

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Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão

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Sergio Moro critica o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista ao Estadão

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Para o senador, Moro não representa um adversário forte por não integrar o cenário político e não possuir o "exército de seguidores" de Bolsonaro

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Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da República

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A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpas

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