Diretor da Previc é suspeito de estelionato e violência psicológica
Indicado por Carlos Lupi, Leonardo Zumpichiatti é investigado pela Polícia Civil do DF por suspeita de estelionato e violência psicológica
atualizado
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Diretor da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Leonardo Zumpichiatti é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal desde novembro de 2023, por suspeita de estelionato e violência psicológica contra sua ex-companheira. Zumpichiatti é diretor da Previc desde março de 2023 e foi assessor por 16 anos do PDT na Câmara dos Deputados. Ele foi indicado ao cargo na Previc pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi. Zumpichiatti nega todas as acusações.
A investigação foi aberta após o registro de ocorrência de sua ex-companheira, a empresária Maristela Nascimento, que conseguiu na Justiça do Distrito Federal medida protetiva contra o diretor da Previc no âmbito da Lei Maria da Penha. Segundo ela, os episódios de violência teriam ocorrido entre 2021 e 2022.
Na decisão, o juiz Caio Todd Silva Freire, do 3º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Brasília, citou trecho do depoimento de Maristela Nascimento à Polícia Civil, em que a empresária disse ter sido agredida moralmente por Zumpichiatti “diversas vezes”, e que o diretor da Previc “já ameaçou lhe agredir fisicamente”.
No trecho do depoimento citado na decisão da Justiça do DF, Nascimento também relatou um suposto caso de estelionato praticado pelo diretor da Previc, quando os dois trabalhavam juntos numa associação privada, o Instituto Realidade Brasil.
A empresária contou em seu depoimento que, meses após começar a namorar Zumpichiatti, ele assumiu a presidência do instituto, antes exercida por ela. Após a posse dele, Nascimento tornou-se vice-presidente.
A empresária disse ter sofrido “pressão psicológica” por parte dele, para que ela fizesse transferências bancárias para a conta de Zumpichiatti.
Em seu relato, citado pela Justiça do Distrito Federal, a empresária contou ter transferido um montante de cerca de R$ 600 mil, durante os anos de 2022 e 2023, para a conta bancária de Zumpichiatti, dinheiro que seria destinado ao pagamento de gastos do Instituto Realidade Brasil. De acordo com seu relato, porém, em vez de ser usada em pagamentos do Instituto, a quantia teria sido destinada a cobrir despesas pessoais do ex-companheiro.
Zumpichiatti negou à coluna todas as acusações e afirmou que as transferências que recebeu de Maristela Nascimento foram para ressarci-lo de pagamentos que havia antecipado para o instituto. Na época, o diretor da Previc era assessor do PDT na Câmara dos Deputados e, segundo o Portal da Transparência, ganhava R$ 8 mil brutos.
Questionado sobre de onde vinha o dinheiro para arcar com os altos gastos dos eventos realizados pelo Instituto Realidade Brasil, Zumpichiatti disse que fazia empréstimos e pagava no cartão de crédito.
O diretor da Previc negou também que tenha violentado psicológica, moral ou fisicamente a empresária. Zumpichiatti disse à coluna que não foi notificado sobre a medida cautelar. Pontuou ainda que ainda não foi ouvido pela Justiça sobre o caso, mas que está “à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos”.
(Atualização às 18h23 de 15 de agosto de 2024: a medida protetiva foi revogada pela Justiça do Distrito Federal. A decisão judicial foi assinada em 9 de agosto pelo juiz Carlos Bismarck Piske. O magistrado afirmou não haver “base para a restrição dos direitos” de Zumpichiatti, e que Zumpichiatti não responde “por qualquer atividade criminosa”.)