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Diretor da Abin ataca STF: “Estão violando a Constituição”

Amigo da família Bolsonaro e pré-candidato, Alexandre Ramagem também criticou Sergio Moro: “Gatinho mimadinho”

atualizado

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Valter Campanato/Agência Brasil
Bolsonaro Alexandre Ramagem
1 de 1 Bolsonaro Alexandre Ramagem - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, afirmou neste sábado (12/3) que o STF desrespeita a Constituição e busca o absolutismo. Ramagem também disse que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro foi um “gatinho mimadinho” à frente da pasta. Amigo dos Bolsonaro, Ramagem se lançará à Câmara pelo PL, partido do presidente.

Em entrevista a um canal de temática policial no YouTube, Alexandre Ramagem acusou a corte de violar a Constituição Federal. Em abril de 2020, Ramagem foi impedido de assumir o comando da PF por uma decisão do Supremo, que temia uma intervenção de Bolsonaro na instituição.

“Eles [ministros do STF] estão violando a nossa própria Constituição, o princípio de separação de Poderes e o princípio republicano. Parece que estão resgatando o absolutismo, a época em que o monarca era o Estado, eram as leis, e tudo podia”, disse, complementando:

“Está havendo um atropelo de regras e de direitos”, afirmou, usando em seguida o termo “magistocracia”, o que seria um governo dos juízes, para se referir ao Supremo.

Ramagem também centrou ataques em Sergio Moro, ex-ministro de Bolsonaro que hoje tenta substituí-lo no Planalto.

“O Moro no Ministério da Justiça primeiro parecia um grande acerto, uma grande esperança. Depois acabou sendo uma grande decepção. Depois o que se viu foi uma grande traição, uma deliberada traição”, afirmou.

Ramagem analisou as trajetórias de Moro e Paulo Guedes, ministro da Economia, que eram tidos como “superministros” no início da gestão Bolsonaro. Segundo o chefe da Abin, Guedes “está ali guerreando, sabendo da arena política”. Moro, por outro lado, “deu para trás quando foi contrariado no ambiente político”. Ramagem seguiu, em referência a Guedes e Moro:

“O presidente precisava de dois leões grandes ali. Um [Guedes] se mostrou leão, o outro se mostrou o quê? Um gatinho mimadinho, que não pode ser contrariado [Moro]”. Em outro trecho, Ramagem aventou as razões do ex-juiz da Lava Jato: “Não sei se é vaidade, não sei se não sabe ser contrariado… Uma decepção”. “Uma falta de consciência de si próprio”, continuou.

O diretor da Abin acusou o pré-candidato do Podemos ao Planalto de ter atuado para “desconcertar a República” quando pediu demissão do Ministério da Justiça, em 2020. E Ramagem aproveitou para elogiar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo paulista com apoio de Bolsonaro.

“Ficou nítido que o Moro quis, num momento complicadíssimo, numa pandemia, formar uma grande ruptura, desconcertar a República”, disse, emendando: “Hoje, quem é Moro ao lado do Tarcísio?”.

Amigo da família Bolsonaro, Ramagem tem feito campanha eleitoral para si próprio enquanto dirige a Abin. Nas redes sociais, Ramagem já adulou ministros e, sem provas, atacou a legitimidade das eleições e medidas sanitárias contra a Covid.

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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro
Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente
No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação
“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente
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Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sergio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça, em 2019

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

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Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro

Igo Estrela/Metrópoles
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Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação

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“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente

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Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão

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Sergio Moro critica o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista ao Estadão

HUGO BARRETO/ Metrópoles
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Para o senador, Moro não representa um adversário forte por não integrar o cenário político e não possuir o "exército de seguidores" de Bolsonaro

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Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da República

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A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpas

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