metropoles.com

“Deveríamos ter convocado o Braga Netto”, diz presidente da CPI

Em entrevista à coluna, Aziz afirmou que a comissão deveria ter ouvido o general Braga Netto, que coordenou o comitê de crise da Covid

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
WhatsApp Image 2021-10-19 at 11.42.09 PM
1 de 1 WhatsApp Image 2021-10-19 at 11.42.09 PM - Foto: null

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz, afirmou que a comissão deveria ter convocado o general Walter Braga Netto, ministro da Defesa e ex-ministro da Casa Civil que coordenou o comitê de crise da Covid. Apesar de minimizar as discordâncias sobre o duro e extenso relatório final, redigido por Renan Calheiros, Aziz criticou o pedido de indiciamento do pastor Silas Malafaia por fake news.

Em entrevista à coluna na noite dessa terça-feira (19/10), Aziz também declarou que vê grandes chances de os órgãos de controle abrirem investigações com base no relatório final. Enquanto se dirigia à casa do senador Tasso Jereissati para o último encontro informal do colegiado antes da leitura do parecer, Aziz negou que o grupo estivesse rachado.

Leia os principais trechos da entrevista:

A CPI rachou no fim? O senhor e o relator, Renan Calheiros, tiveram discordâncias sobre o parecer final. 

Vamos decidir tudo em grupo. Depois de seis meses trabalhando, não será no fim que não ficaremos unidos. Essas discordâncias são coisas menores. A questão maior é fazer a justiça que a gente sempre procurou. É claro que o grupo tem discordâncias. Não é ditadura. Eu e Renan temos maturidade, como pede a longa experiência política.

O que achou do relatório preliminar que Renan enviou a colegas na terça-feira (19/10)? Bolsonaro foi acusado de genocídio. 

O crime de genocídio pelo presidente e o de advocacia administrativa pelo Flávio Bolsonaro são considerados os mais polêmicos pelos senadores. Não sou favorável a pedir o indiciamento do pastor Silas Malafaia. Se a gente for indiciar o Silas Malafaia, vamos ter de indiciar milhões de pessoas que também agrediram, atacaram… Não é por aí. Perderia muito o foco da CPI. Não vejo o Malafaia envolvido na compra de vacinas. Ele tem sua posição e responde por ela. Se alguém se sentiu ofendido por ele, tem meios de fazer uma cobrança judicial. Não por meio da CPI.

E Luciano Hang?

O Hang é totalmente diferente. Ele e Carlos Wizard queriam comprar vacinas, fizeram lives propagando medicamentos ineficazes. O Wizard passou um mês no Ministério da Saúde. O Hang bancou sites negacionistas.

O senhor mantém a intenção de responsabilizar as redes sociais por fake news?

Sim, mas ainda vamos decidir isso.

O que fica da CPI?

Um dos maiores legados foi o avanço na vacinação dos brasileiros. Voltamos a debater politicamente os problemas do Brasil, não da forma unilateral como era antes. Quando havia uma denúncia contra o presidente ou o governo, o presidente ia lá no cercadinho do Palácio da Alvorada, pegava seus robôs e desconstruía o caso durante o dia todo. Isso acabou. A imprensa noticiou muitos desajustes na pandemia, e ninguém do governo tomava posição. Entrava por um ouvido e saía por outro. A Justiça não agia, a CGU não agia, o MP não agia. Passaram a agir agora.

O senhor espera que os órgãos de controle abram investigações com base no relatório final da CPI? 

A cobrança será muito grande. Dificilmente alguém vai matar isso no peito e não investigar. Se a punição dos responsáveis acontecer, o que a gente espera que aconteça, o próximo presidente não vai cometer os mesmos erros em uma nova pandemia.

A CPI errou em não convocar o general Walter Braga Netto, que como ministro da Casa Civil comandou o comitê de crise da Covid no início da pandemia?

O Braga Netto tinha de ser convocado. Era o certo. Ele era o coordenador. Ninguém estaria chamando o general Braga Netto, mas o ministro que era o coordenador da maior crise sanitária que o mundo já viveu. Todas essas ações foram equivocadas e inócuas, e chegamos ao número de mortos que está aí.

A comissão deixou apurações importantes pelo caminho?

Sim. São três pontos principais. Primeiro, os hospitais federais do Rio de Janeiro. Em plena pandemia, houve aumento de custeio e queda de atendimento. Vamos encaminhar isso para o MPF do Rio de Janeiro. Também não tivemos tempo para aprofundar a questão das fake news. E a questão da VTCLog, aqueles recursos que foram retirados no banco pelo motoboy, esperamos que o MP possa rastrear para onde foi aquele dinheiro.

A gestão da pandemia pelo governo Bolsonaro é defensável em algum aspecto?

Foi um desastre. Entra o Pazuello no Ministério da Saúde, as coisas desandam muito, entra o Queiroga e também não entra no rumo. Em abril, o Queiroga disse na CPI que não queria se posicionar sobre o tratamento precoce. Até hoje o Ministério da Saúde não se posicionou. E o mundo todo já sabe que isso não serve para nada.

Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? Clique aqui.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comGuilherme Amado

Você quer ficar por dentro da coluna Guilherme Amado e receber notificações em tempo real?