Presidente da Associação de Desembargadores compartilha fake news sobre Lula
Desembargador do TJ-RJ compartilhou fake news sobre Lula: “Convidado do Comando Vermelho”
atualizado
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O desembargador Marcelo Buhatem, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e presidente da Associação Nacional de Desembargadores, compartilhou fake news sobre Lula no WhatsApp.
Em mensagem enviada à sua lista de transmissão, Buhatem enviou mensagem com a postagem de um site simpático a Bolsonaro que afirmava que o petista iria visitar o Complexo do Alemão.
A mensagem compartilhada pelo desembargador trazia a mentira. “Lula é convidado de honra do Comando Vermelho”, dizia o texto, com letras em negrito.
Em outra mensagem Buhatem compartilhou a capa da Folha de S.Paulo, de antes do primeiro turno, com uma pesquisa do Datafolha, mostrando Lula com 50% das intenções de voto e Bolsonaro com 36%.
“Isso sim, tinha que está no Inquérito das Fake News! Ato contra democracia!”, escreveu o desembargador no texto enviado, em referência à investigação relatada pelo ministro Alexandre de Moraes no STF.
Procurado, o desembargador afirmou não ter visto a parte da mensagem que dizia que o ex-presidente havia sido convidado pelo Comando Vermelho.
“Eu vi o título (que dizia, ‘Lula vai visitar favela que polícia foi proibida de fazer operações’). Se eu tivesse visto o subtítulo (‘Lula é convidado de honra do Comando Vermelho’), nem teria passado adiante. Não atentei. Sou absolutamente contra fake news. Às vezes, repassamos coisas sem ler direito. E vale destacar: não repassei em um grupo. Encaminhei a mensagem de forma individual”, afirmou.
Já sobre a mensagem citando a pesquisa Datafolha, afirmou ter sido uma brincadeira.
“Todos nós ficamos preocupados com a discrepância entre a pesquisa e o que se viu nas urnas. Foi uma forma bem-humorada de expressar essa situação”.
(Atualização, às 21h32 de 13 de outubro de 2022: O desembargador enviou nota à coluna em que afirma que não se lembra do trecho sobre Lula ter sido convidado de honra do Comando Vermelho. “Eu não me lembro deste trecho e, talvez, aquele subtítulo nem existisse, porque não lembro de ter lido este trecho. Foi uma conversa entre A e B. A pessoa que vazou esta informação quebrou meu sigilo telefônico”, afirmou.)