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Desembargador do PR diz que “mulheres estão loucas atrás de homens”

Vídeo: o desembargador Luís César de Paula Espíndola, do TJ do Paraná, foi condenado em 2023, pelo STJ, por violência doméstica

atualizado

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Desembargador Luís César de Paula Espíndola
1 de 1 Desembargador Luís César de Paula Espíndola - Foto: Divulgação

O desembargador Luís César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná, disse, durante uma audiência nesta quarta-feira (3/7), que “as mulheres estão loucas atrás de homens”. Espíndola foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 2023, por violência doméstica.

O julgamento foi referente a um caso de assédio entre um professor e uma aluna em Curitiba. Após a fala da advogada da vítima, o desembargador disse que ela fez um “discurso feminista desatualizado”.

“Se vossa excelência sair na rua hoje em dia, quem está assediando, quem está correndo atrás de homens, são as mulheres. Hoje em dia, esta é a realidade, as mulheres estão loucas atrás de homens porque são muitos poucos. É só sair a noite, eu não saio muito à noite, mas eu tenho funcionárias, tenho contato com o mundo. A mulherada está louca atrás dos homens”, disse Espíndola durante a audiência.

O desembargador continuou sua fala e disse que as mulheres estão “assediando homens, porque não tem homens no Brasil”. Ele disse ainda que as mulheres, hoje em dia, tem “cachorrinhos” como companhia e que estão loucas por um companheiro.

“A paquera é uma conduta que sempre existiu. A atração é uma coisa dos sexos, agora, dizer que isso é uma afronta à sexualidade, um desrespeito… Nunca foi. […] Ninguém está correndo atrás de mulher, porque está sobrando”, ressaltou o desembargador durante uma audiência sobre assédio entre um professor e uma aluna.

O vídeo da audiência, que estava público na página do YouTube do Tribunal de Justiça do Paraná, não está mais disponível. A banda Terminal Guadalupe registrou o vídeo antes de ele ser apagado. A coluna questionou o tribunal sobre a indisponibilidade do vídeo, mas não houve retorno.

A OAB do Paraná emitiu uma nota de repúdio à fala de Espíndola nesta quinta-feira (4/7). A entidade classificou a posição do desembargador como “discriminatória e de elevado grau de desconhecimento do protocolo de julgamento com perspectiva de gênero”.

“Estatisticamente, o Paraná foi o estado com maior número de ocorrências registradas de assédio sexual no Brasil, segundo dados do Anuário de Segurança Pública do Paraná relativos a 2022. O levantamento mostrou que 1.013 mulheres fizeram boletins de ocorrência pelo crime naquele ano”, ressaltou a OAB do Paraná.

(Atualização às 19h do dia 4 de julho de 2024: Em nota à coluna, o Tribunal de Justiça do Paraná disse que o vídeo foi apagado do YouTube para preservar as partes envolvidas, uma vez que “o processo tramita em segredo de Justiça.”)

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