O deputado Ivan Valente, do PSOL de São Paulo, pediu nesta quarta-feira (15/12) que a Comissão de Ética da Presidência investigue o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), por ter dito que precisa tomar remédios psiquiátricos “na veia” diariamente para não levar Jair Bolsonaro a tomar “uma atitude mais drástica” contra o STF. O áudio, publicado pela coluna nesta terça-feira (14/12), reproduz um discurso de Heleno em uma formatura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no mesmo dia.

Na fala aos agentes de inteligência, Heleno também afirmou que está “muito preocupado” e rezará para que o presidente não sofra um atentado fatal em 2022. O ministro disse ainda que o Brasil tem uma perspectiva “cruel” para 2022 por não produzir uma vacina contra a Covid-19.

“Eu, particularmente, que sou o responsável, entre aspas, por manter o presidente informado, eu tenho que tomar dois Lexotan na veia por dia para não levar o presidente a tomar uma atitude mais drástica em relação às atitudes que são tomadas por esse STF que está aí”, declarou Heleno, depois de acusar “dois ou três ministros do STF” de tentarem “esticar a corda até arrebentar”.

Para Ivan Valente, a conduta de Heleno é “extremamente grave” e “evidencia um recrudescimento autoritário, com graves consequências para a democracia, chamando atenção por sua inclinação antidemocrática”.

A representação afirmou também que como ministro responsável por assessorar o presidente em assuntos de segurança, Heleno deveria recusar temas que “evidenciem medidas para intervenções antidemocráticas”.

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