Deputada bolsonarista cai em piada do 1° de abril e tumultua Amapá
A deputada bolsonarista Silvia Waiãpi caiu em uma brincadeira de 1° de abril — Dia da Mentira — feita pelo Observatório do Clima
atualizado
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A deputada bolsonarista Silvia Waiãpi, do PL do Amapá, caiu em uma brincadeira de 1° de abril — Dia da Mentira — feita pelo Observatório do Clima, e publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que o Brasil havia desistido de explorar petróleo na margem equatorial do Amazonas e, portanto, o estado deixaria de receber os royalties, uma das maiores fontes de receita da região.
A falsa reportagem, feita como uma brincadeira de do Dia da Mentira, tinha um aviso ao fim informando que “cumpria uma tradição” do Observatório do Clima na data.
A margem equatorial inclui Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amapá. Segundo um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a produção de petróleo e gás na região pode criar 326 mil empregos formais no Brasil.
Caso a expectativa sobre as reservas se confirme, a projeção é de ganho de R$ 65 bilhões anuais ao PIB da região.
No texto jocoso do Observatório do Clima, o site diz que “seria bom” para o país se o fato “noticiado” não fosse uma brincadeira.
“Todas as informações acima são falsas, exceto a conta sobre a produção de petróleo ser 110% maior do que a meta do Acordo de Paris”, diz o texto.
(Atualização às 9h58 do dia 5 de abril de 2024: Silvia Waiãpi entrou em contato com a coluna e enviou uma nota na qual afirmou que, enquanto deputada federal, destacou “a ameaça à soberania do nosso país e o prejuízo econômico para nossa região” e que enviou um requerimento de informações sobre os acordos tratados entre Lula e o governo da França.
“Tenho as informações e conhecimento do ‘Novo Plano de Ação da Parceria Estratégica Brasil-França’. Quero chamar a atenção para o item 13, onde Macron e Lula definem que ‘Os dois países defendem a adoção de uma pausa preventiva na exploração dos fundos marinhos junto à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA)’”, disse a parlamentar.
“Ora, essa ação indica um movimento contrário ao que a Petrobrás diz estar buscando – explorar as riquezas da área, expondo o Brasil à regulamentação de organismos ficcionais e contraponto à melhora de vida do povo, com a possível limitação de atividades exploratórias, incluindo a extração de petróleo na Margem Equatorial”.
A deputada classificou o acordo como “obscuro” e “desastroso para a população do Norte” e afirmou que ele “irá prejudicar a exploração na foz do Amazonas.”
“O interesse do Estado e da população é a exploração do petróleo e temos que tornar pública qualquer ameaça para que juntos possamos acompanhar e não aceitar interferência na nossa economia. A população tem obrigação de nos cobrar para que atentos nada passe sem anuência do estado do Amapá. No momento que o Brasil aceita acordo, vai ceder à pressão estrangeira para nos manter na pobreza”.)