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Demissão de Baldy está ligada ao peso de Goiás para Doria nas prévias

Governador não conseguiu convencer o ex-secretário a apoiá-lo na eleição de 2022 e precisa de uma sinalização de Marconi Perillo no estado

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Montagem com fotos de Beto Barata/PR; Michael Melo/Metrópoles e Divulgação/Câmara dos Deputados
Marconi Perillo, João Doria e Alexandre Baldy
1 de 1 Marconi Perillo, João Doria e Alexandre Baldy - Foto: Montagem com fotos de Beto Barata/PR; Michael Melo/Metrópoles e Divulgação/Câmara dos Deputados

Alexandre Baldy não deixou o governo de São Paulo somente para cuidar de sua candidatura ao Senado em 2022. O pedido de demissão formalizado por Baldy nesta segunda-feira (18/10) foi influenciado pelo peso que o agora ex-secretário de Transportes Metropolitanos tinha no plano do governador João Doria de se candidatar à Presidência.

Baldy manifestava interesse de sair do governo desde a metade do ano. Além da preocupação com a candidatura ao Senado, ele era cobrado por Doria para que se posicionasse a favor do tucano na disputa pelo Palácio do Planalto, assim como fez o secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles (PSD). Por presidir o PP de Goiás, Baldy justificava que fazia parte de outro projeto político e que não teria como endossar Doria em nível nacional.

Na reunião do secretariado desta segunda, Doria disse aos presentes que vinha tratando sobre a situação de Baldy no governo havia pelo menos dois meses.

Com Eduardo Leite crescendo nas prévias nacionais do PSDB, os aliados de Doria têm dito que o governador precisa que Marconi Perillo, o principal cacique do tucanato goiano, declare publicamente que apoiará o paulista na disputa. Perillo, no entanto, tem uma rixa política com Baldy em Goiás e se negava a tratar do tema enquanto ele continuasse na gestão de Doria.

Espera-se que agora o governador cobre um posicionamento mais incisivo do aliado. Por telefone, Perillo avisou os dois competidores que votará em Doria nas prévias, mas o paulista acredita que um apoio público do ex-governador poderá ajudar a reverter a tendência pró-Leite que existe no PSDB de Goiás.

A situação goiana vinha repercutindo negativamente em nível nacional. Dirigentes estaduais questionavam Doria por manter em sua gestão um secretário que era adversário local do PSDB. Por diversas vezes, Doria respondeu que era preciso separar as questões de seu governo da política partidária, mas a justificativa nunca colou entre os tucanos.

Doria até organizou um almoço para Perillo e Baldy acertarem os ponteiros, no dia 24 de setembro. Mas, segundo aliados do governador, a situação fugiu do controle de Doria quando Baldy indicou, na semana passada, o irmão Joel Sant’Anna Braga Filho para assumir a secretaria de Indústria e Comércio no governo de Ronaldo Caiado, outro adversário de Perillo e que deve apoiar Jair Bolsonaro na eleição de 2022.

Baldy pretende retornar até quarta-feira (20/10) para Anápolis, no interior de Goiás, onde sua família mora. Ele deve se reunir nesta semana com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para assumir a coordenação das estratégias eleitorais do PP nos estados. Com a provável filiação de Bolsonaro à sigla, caberá a Baldy amarrar a candidatura presidencial aos cenários locais para ajudar o partido a ampliar a bancada de deputados em 2022.

João Doria não quis comentar a reportagem.

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