O delegado Maurício Demétrio, do Rio de Janeiro, preso em julho de 2021 por cobrar propina de comerciantes, preparou, segundo o Ministério Público do estado, um dossiê contra o desembargador Luiz Zveiter, do Tribunal de Justiça fluminense, um dos mais poderosos magistrados do estado.

O dossiê, segundo conta a denúncia do MP do Rio contra Demétrio, tinha o objetivo de forjar uma prisão contra o desembargador. O delegado monitorava, segundo o MP, até ações bancárias da família Zveiter.

“Ao arrepio da legislação de regência, Mauricio Demétrio determinou que seu subordinado Adriano Santiago da Rosa promovesse verdadeira devassa de dados de inúmeros cidadãos, inclusive por meio de acesso a bancos de dados restritos, destacando-se entre os alvos das ilegais investidas diversas autoridades e seus familiares, como o desembargador Luiz Zveiter e sua esposa, Gabriela Brito Zveiter”, diz a denúncia do MP do Rio contra Demétrio e outros delegados.

O delegado, ainda segundo o Ministério Público, também tentou forjar a prisão de Eduardo Paes, em 2020, durante sua candidatura – que saiu vitoriosa – à Prefeitura do Rio.

Demétrio combinou com um delegado da Polícia Federal de entregar uma quantia de dinheiro em espécie, de origem desconhecida, a Paes e gravar a ação. Posteriormente, Demétrio usaria as imagens para forçar uma prisão do prefeito.

Procurado pela coluna, Zveiter disse que Demétrio irá responder por seus atos.

“Se ele me investigou, ele não encontrou nada e vai responder pelos atos dele”, afirmou o desembargador.