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Delegado acusado de travar caso Marielle insiste no STF sobre salário

Giniton Lages, delegado afastado, quer que STF julgue liberação do seu salário na mesma sessão que vai analisar denúncia contra mentores

atualizado

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Agência Brasil
Delegado Giniton Lages
1 de 1 Delegado Giniton Lages - Foto: Agência Brasil

Giniton Lages, o delegado afastado da Polícia Civil do Rio de Janeiro por suspeitas de travar o caso Marielle Franco, quer que o STF inclua um novo item na sessão de julgamento que vai analisar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra os acusados de planejar a morte da vereadora.

Os advogados de Lages pediram nesta sexta-feira (14/6) ao ministro Alexandre de Moraes que a Primeira Turma do Supremo julgue na mesma ocasião, na próxima terça-feira (18/6), um recurso apresentado por eles em abril para que o salário do delegado afastado seja liberado. Por ordem de Moraes, Giniton Lages pode sacar somente o valor correspondente a um salário mínimo por mês.

A denúncia da PGR que os ministros do colegiado vão analisar na terça-feira tem como alvos os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e deputado federal, respectivamente, e o delegado Rivaldo Barbosa. Eles são apontados como mentores do assassinato de Marielle.

Antes do pedido apresentado nesta sexta, como mostrou a coluna, a defesa do delegado já havia alegado ao STF “forte impacto” na vida dele e de seus familiares com o bloqueio do seu salário.

Desde o fim de março, além da restrição financeira, Giniton Lages usa tornozeleira eletrônica, precisa se apresentar toda semana à Justiça e está afastado de sua função na polícia, pela qual recebia R$ 25 mil.

Segundo a Polícia Federal, Lages atuou para atrasar a obtenção de imagens do local de onde partiu o carro de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle. Para a PF, Lages deu uma explicação “esfarrapada” ao alegar um problema técnico da polícia. “Desvio de caráter e cinismo”, concluiu a PF.

Ainda conforme a PF, o delegado planejou “reiterados episódios de obstrução da investigação” e “operacionalizou a garantia da impunidade” do crime.

 

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