Defensoria faz acordo com empresa cujo segurança matou no Carrefour
Defensoria Pública do Rio Grande do Sul firmou um acordo de ajuste de conduta com empresa cujo segurança matou homem negro no Carrefour
atualizado
Compartilhar notícia
A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul firmou um acordo de ajustamento de conduta com a empresa Vector, que empregava os seguranças que mataram João Alberto Silveira Freitas, um homem negro, no Carrefour de Porto Alegre.
No Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado nesta quinta-feira (04/11), a Defensoria estabeleceu que a empresa deve implementar diversas medidas para o combate do racismo estrutural, discriminação racial e violência.
Freitas foi abordado por dois seguranças da Vector enquanto fazia compras com a esposa no Carrefour. O homem negro foi agredido com chutes e socos por mais de cinco minutos e, sufocado, não resistiu. O espancamento foi registrado por clientes do supermercado e viralizou nas redes sociais às vésperas do Dia da Consciência Negra do ano passado.
Entre as medidas dispostas no documento, está o comprometimento da Vector em investir R$ 1,7 milhões em bolsas de estudo e alimentação para pessoas negras, treinamento interno de conscientização sobre racismo para os dirigentes e funcionários e contratação de pessoas negras.
A empresa também se comprometeu em criar uma ouvidoria para receber denúncias de racismo e violência envolvendo seus funcionários e não poderá contratar pessoas que tenham tido envolvimento em crimes de racismo ou injúria racial.
O acordo da Defensoria Pública com a Vector encerra as ações civis públicas ajuizadas contra a empresa pela morte de João Alberto Silveira Freitas.
Contudo, o órgão e mais duas organizações da sociedade civil – Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes e Centro Santo Dias de Direitos Humanos – ficam responsáveis por fiscalizar o funcionamento das medidas prometidas pela empresa.