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Damares silencia e ministério se divide sobre assassinato de Moïse

Corpo técnico tenta forçar órgão a se posicionar sobre o assunto de várias formas, mas cúpula resiste

atualizado

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Damares Alves
1 de 1 Damares Alves - Foto: Flickr/MMFDH

A ministra Damares Alves mantém silêncio sobre o assassinato do congolês Moïse Kabagambe, apesar da pressão do corpo técnico do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para que a pasta se posicione sobre o assunto.

Pelo menos duas secretarias do órgão comandado por Damares iniciaram trâmites burocráticos para que o ministério faça algo sobre o assunto, mas as duas tentativas não receberam atenção da cúpula do ministério até o momento.

Moïse foi espancado até a morte na segunda (31/1) em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele havia ido até o local cobrar uma dívida de R$ 200 por ter trabalhado no estabelecimento.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos também já recebeu uma denúncia e cobrou providências da Polícia Civil e a Polícia Militar do Rio de Janeiro sobre o caso. O conselho é vinculado ao ministério de Damares e tem representantes do governo e da sociedade civil em sua composição.

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Para escapar da violência e da fome no Congo, Moïse se mudou para o Rio de Janeiro em fevereiro de 2011, quando ainda era criança. Três anos depois, a mãe também passou a viver na capital fluminense
Moïse trabalhava como garçom, servindo mesas na praia, e recebia por diárias, em quiosque próximo ao Posto 8 da praia da Barra, na zona oeste da capital
 Moïse Kabagambe foi morto a pauladas, no final de janeiro, no quiosque onde trabalhava na Barra da Tijuca
Imagens da câmera de segurança do estabelecimento mostram Moïse conversando com funcionários do quiosque. Em determinado momento, os ânimos se acirraram, e um dos homens pega um pedaço de madeira.  Moïse tenta se defender com uma cadeira
O homem que ameaçou Moïse deixou o local e, momentos depois, retornou com outras cinco pessoas, que amarraram os pés e as mãos do rapaz, e o espancaram até a morte
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O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi morto na segunda-feira (24/1), próximo a um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro

Reprodução
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Para escapar da violência e da fome no Congo, Moïse se mudou para o Rio de Janeiro em fevereiro de 2011, quando ainda era criança. Três anos depois, a mãe também passou a viver na capital fluminense

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Moïse trabalhava como garçom, servindo mesas na praia, e recebia por diárias, em quiosque próximo ao Posto 8 da praia da Barra, na zona oeste da capital

Arquivo Pessoal
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Moïse Kabagambe foi morto a pauladas, no final de janeiro, no quiosque onde trabalhava na Barra da Tijuca

Reprodução
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Imagens da câmera de segurança do estabelecimento mostram Moïse conversando com funcionários do quiosque. Em determinado momento, os ânimos se acirraram, e um dos homens pega um pedaço de madeira. Moïse tenta se defender com uma cadeira

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O homem que ameaçou Moïse deixou o local e, momentos depois, retornou com outras cinco pessoas, que amarraram os pés e as mãos do rapaz, e o espancaram até a morte

Divulgação
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Segundo testemunhas, o jovem foi agredido por, pelo menos, 15 minutos. Pedaços de madeira e um taco de beisebol foram usados para desferir os golpes contra ele. Policiais encontraram o corpo de Moïse, amarrado e já sem vida, em uma escada

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Familiares do congolês só souberam da morte quase 12h depois do crime, na terça-feira (25/1). O jovem foi enterrado no Cemitério de Irajá, na zona norte da cidade

Reprodução/TV Globo
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Os familiares também atribuem o crime ao racismo e à xenofobia, que é o preconceito contra estrangeiros. Além disso, eles denunciaram que, quando foram retirar o corpo do jovem no Instituto Médico-Legal (IML), a vítima estaria sem os órgãos

Reprodução/TV Globo
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Perícia realizada pelo IML indicou que Moïse tinha várias "áreas hemorrágicas de contusão" e também vestígios de broncoaspiração de sangue. Testemunhas afirmaram que a vítima implorou para que não o matassem

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Até o momento, oito pessoas já foram ouvidas por agentes da Polícia Civil. Segundo a família, cinco investigados estavam envolvidos no assassinato de Moïse

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Na terça-feira (1º/2), um dos funcionários do quiosque se apresentou na delegacia e confessou ser um dos agressores. Segundo ele, os suspeitos tentaram evitar que o trabalhador agredisse um idoso, mas ninguém devia salário para a vítima

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Em nota ao Metrópoles, a Polícia Civil afirma que periciou o local e analisou imagens de câmeras de segurança. As diligências estão em andamento para identificar os autores

Reprodução

A ministra não chegou a mencionar o assunto nem em seu perfil oficial no Twitter. Até as 10h20 da manhã desta quarta-feira (2/2), sua última postagem era sobre o combate à erotização precoce, uma bandeira da pasta e de pastores neopentecostais que chegou a estabelecer a abstinência sexual como método para combater gravidez na adolescência.

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