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Crianças vacinadas com doses para adultos não tiveram efeitos graves 

Erro de aplicação em cidade da Paraíba foi usado por deputada bolsonarista para tentar suspender vacinação em todo o Brasil

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enfermeia retira vacina de frasco
1 de 1 enfermeia retira vacina de frasco - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

As 50 crianças que receberam doses para adultos de vacinas contra a Covid em Lucena (PB), no mês passado, não tiveram efeitos graves e seguem monitoradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e por um comitê federal. Na semana passada, as crianças foram vacinadas novamente.

As informações foram citadas pela Anvisa no último dia 4 em um ofício enviado em resposta à deputada bolsonarista Carla Zambelli, do PSL de São Paulo, que tentou sem sucesso suspender a imunização no país com base no erro de aplicação na Paraíba.

Segundo a Anvisa, as crianças não tiveram “eventos adversos graves”, ou seja, efeitos indesejados perigosos. Além da agência, o caso é monitorado pelo Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos (Cifavi). Integram o colegiado a Anvisa, o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No campo criminal, o MP paraibano e o MPF apuram o caso.

A falha na imunização em Lucena, na região metropolitana de João Pessoa, foi usada por bolsonaristas para atacar a vacinação infantil nacional. No último dia 17, a deputada Carla Zambelli pediu ao Ministério da Saúde e à Anvisa que suspendessem a imunização em todo o Brasil. A Anvisa negou a solicitação e reafirmou a segurança das vacinas.

“Nenhuma das vacinas contra Covid-19 atualmente utilizadas no Brasil é experimental”, registrou a Anvisa em resposta à parlamentar. Jair Bolsonaro já alegou, incorretamente, que as vacinas estavam em fase experimental, em uma ofensiva para desacreditar a vacinação. “Existe um consenso na comunidade científica global de que a maneira mais eficaz de derrotar apandemia da Covid-19 é por meio da vacinação em massa das populações em todo omundo”, seguiu a Anvisa.

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos

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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco

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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil

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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações

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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos

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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina

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Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatória

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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar

Divulgação/ Saúde Goiânia
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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável

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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina

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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave

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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças

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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros

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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos

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